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CenĂĄrio PolĂ­tico

Zucco alerta: Motta nĂŁo tem mais uma semana se pautar anistia

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Durante entrevista concedida ao na noite desta quinta-feira, 3, o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Cùmara, anunciou um habeas corpus coletivo em defesa dos presos pelos atos do 8 de janeiro.

A medida é uma forma de restabelecer a equidade jurídica depois da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de conceder prisão domiciliar à cabeleireira Débora dos Santos, que pichou a eståtua localizada em frente à Corte.

Zucco foi categĂłrico ao afirmar que hĂĄ um “clamor nacional” por justiça e equidade. “Hoje a sociedade estĂĄ vendo as injustiças que estĂŁo sendo cometidas, os absurdos do lado desproporcional das penas, o desrespeito ao devido processo legal, Ă  ampla defesa”, disse, ao defender a urgĂȘncia de votar o projeto de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro.

A medida do habeas corpus, segundo o deputado, surge como resposta direta Ă  disparidade de tratamento jurĂ­dico observada nos Ășltimos meses. Ele menciona o caso do , de 69 anos, condenado a passar os prĂłximos 14 de sua vida na cadeia. Diagnosticado com um cĂąncer na prĂłstata em estĂĄgio avançado, ele foi liberado para o regime domiciliar depois de uma denĂșncia de .

Outro ponto relevante abordado por Zucco foi a criação de uma subcomissĂŁo na ĂĄrea da segurança para investigar denĂșncias de maus-tratos e condiçÔes degradantes nas prisĂ”es que abrigam os condenados do 8 de janeiro.

“Tive que abrir uma subcomissĂŁo na segurança, inclusive para analisar denĂșncias que estamos recebendo de maus-tratos, de situaçÔes de tratamento degradantes”, revelou.

Essa iniciativa reforça que hå perseguição política e violaçÔes de direitos humanos cometidas contra cidadãos comuns que participaram das manifestaçÔes em Brasília. Ao mesmo tempo, serve como ferramenta institucional para ampliar a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal e expor os descompassos na aplicação da lei.

Durante a conversa, o deputado comentou a atuação do presidente da CĂąmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Motta teria solicitado aos lĂ­deres partidĂĄrios que nĂŁo assinassem o pedido de urgĂȘncia para o projeto de anistia, atitude que, segundo Zucco, representa uma tentativa de conciliação com o governo de Luiz InĂĄcio Lula da Silva.

“Acredito que ele nĂŁo tinha entendido que a pauta estava tĂŁo madura para que fosse avançada”, avalia. “SĂł que, nĂŁo sĂł a oposição, mas o clamor das ruas, o prĂłprio recuo do Supremo em relação a DĂ©bora [
] começaram a mexer muito com a população e tambĂ©m com o Parlamento.”

Zucco tambĂ©m criticou os gestos de aproximação de Motta com Moraes, relator do processo referente aos casos do 8 de janeiro no . “Ele foi jantar na casa do ministro Alexandre”, denunciou. “É um convite, convenhamos, insidioso.”

Zucco deixou claro que a oposição nĂŁo pretende recuar em sua estratĂ©gia de obstrução das atividades legislativas. Segundo ele, essa tĂĄtica jĂĄ surtiu efeito e forçou o debate da anistia para ganhar centralidade no Congresso. “As comissĂ”es nĂŁo funcionaram, tem pautas importantes a serem avançadas, e o Congresso ficou incomodado”, avaliou.

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Hugo Motta, Presidente Da CĂąmara | Foto: Kayo MagalhĂŁes/CĂąmara Dos Deputados

O deputado revelou que jĂĄ estĂŁo prĂłximas de 170 as assinaturas individuais colhidas para o pedido de urgĂȘncia do projeto de anistia, e que o objetivo Ă© chegar a 257 atĂ© a quinta-feira seguinte. Ele acredita que, com essa base, nĂŁo haverĂĄ mais justificativa para nĂŁo pautar o projeto em plenĂĄrio.

“NĂŁo tenho dĂșvida que o Hugo Motta nĂŁo tem mais uma semana pela frente”, afirmou Zucco, ao demonstrar que a pressĂŁo da sociedade e do Congresso deve obrigar o presidente da CĂąmara a ceder.

A entrevista ainda abordou a convocação para a manifestação popular marcada para o domingo 6 de abril, às 14 horas, na Avenida Paulista. A mobilização tem como foco denunciar os abusos jurídicos e cobrar a aprovação da anistia aos presos do 8 de janeiro.

Zucco destacou que a presença popular Ă© vital para manter a pressĂŁo sobre o Congresso e o JudiciĂĄrio. “Essa Ă© uma pauta que jĂĄ estĂĄ construĂ­da, jĂĄ estĂĄ madura”, avalia. “Estava atĂ© ontem com o presidente Bolsonaro, conversando tambĂ©m com o governador TarcĂ­sio, e teremos a presença de dezenas de senadores.”

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Bolsonaro durante a manifestação a favor da anistia em Copacabana | | Foto: Igor Villas BÎas/Revista Oeste

Para ele, trata-se de uma frente ampla de parlamentares e lĂ­deres regionais, muitos deles de partidos de centro, como PSD e Podemos, que enxergam a urgĂȘncia e a legitimidade da pauta, fora de questĂ”es ideolĂłgicas.

Zucco classificou o presidente do PSD, Gilberto Kassab, como um interlocutor “que entende que já está maduro” o momento para a votação da anistia. Isso, segundo o deputado, mostra que a questão deixou de ser apenas uma bandeira da direita e passou a ocupar o centro do debate político nacional.

Fonte: revistaoeste

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