O ex-presidente Evo Morales reafirmou sua candidatura à presidência da Bolívia durante um comício em Entre Ríos, Cochabamba, neste sábado, 19. As eleições estão marcadas para 17 de agosto deste ano.
Morales, que anunciou sua candidatura em 31 de março, expressou confiança na vitória e criticou seus opositores. “Estamos convencidos de que venceremos as eleições deste ano, e é por isso que eles têm tanto medo de nós, tanta raiva e tanta difamação”, disse Morales, durante o evento. “Unidos, somos invencíveis, mobilizados e inalcançáveis.”
Apoio, críticas internas e investigações contra Evo Morales

Apoiadores se reuniram em massa no comício, realizado em uma região produtora de coca. Andrónico Rodríguez, presidente do Senado e próximo de Morales, não compareceu, o que gerou críticas dos apoiadores de Morales, os quais reafirmaram seu apoio exclusivo à candidatura do ex-presidente.
Depois de deixar o partido Movimento ao Socialismo (MAS), Morales fundou o grupo político Evo Pueblo. Ele não revelou a sigla que vai usar para concorrer, mas garantiu a participação nas eleições.
O Ministério Público da Bolívia investiga Morales por tráfico de pessoas agravado, relacionado a um suposto relacionamento com uma menor em 2016. Um mandado de prisão foi emitido, mas não executado. Morales permanece em Cochabamba, onde apoiadores vigiam para evitar sua prisão.
Desde a crise política de 2019, que culminou na renúncia e exílio de Morales, o MAS enfrenta divisões. Aliado do presidente Luis Arce (MAS), Grover García assumiu a liderança do partido, o que aprofundou a cisão interna.
Arce e Morales começaram a se distanciar em 2021, principalmente em razão de divergências sobre a candidatura presidencial do MAS. A Bolívia também enfrenta desafios econômicos, como alta inflação e escassez de reservas cambiais, as quais impactam a capacidade de importar combustíveis e honrar dívidas.
Fonte: revistaoeste