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Educação

Curving: conheça a tendência tóxica de relacionamento nas redes sociais

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Sem dúvida, a tecnologia mudou a forma como nos relacionamos. E, embora tenha suas vantagens, a paquera online também possibilita algumas práticas tóxicas. É o caso do curving, por exemplo, que alguns dizem ser o novo ghosting – e que pode se mostrar até pior para a pessoa que está sendo rejeitada.

Enquanto, no ghosting, a pessoa some, no curving, ela te enrola. Em vez de dizer que não está interessado, o praticante se mostra distante e desapegado. E, como resultado, você continua na expectativa.

Em seguida, a terapeuta Camila Custódio, colunista do Fashion Bubbles, explica o que é o curving e como identificá-lo. Além disso, ela dá dicas de como se proteger da prática. Continue lendo!

O que é o curving?

ilustração de homem em celular segurando ímã e atraindo uma mulher apaixonada: o que é curving
Fonte: Canva. Montagem: Laís Rodrigues

Você está conversando com o seu crush e sente que a conversa está evoluindo. Vocês estão fazendo planos para se encontrar pessoalmente e, do nada, ele para de responder às suas mensagens.

Você fica sem entender o que está acontecendo: ele segue online, mas simplesmente a ignora. Passa algum tempo e, após muitas paranoias e crises criadas na sua mente, ele ressurge como se nada tivesse acontecido e com uma desculpa qualquer sobre a sua ausência. A essa prática damos o nome de curving.

Desde a pandemia, as relações nos aplicativos estão cada vez mais evidenciadas por desencontros, vácuos, expectativas frustradas e ausência de responsabilidade afetiva.

Grande parte dessa fluidez nas relações se dá pela falta de profundidade nos sentimentos e emoções. Desse modo, pode causar um grande dano emocional em quem realmente deseja encontrar alguém para se relacionar.

Por isso, é importante conhecermos um pouco mais sobre o termo curving e como nos protegermos emocionalmente. Além disso, é necessário entender quando somos as vítimas ou quando nós mesmas quem estamos praticando.

Curving x ghosting

O curving causa sérios prejuízos à saúde emocional, mental e, principalmente, à autoestima dos envolvidos. Diferente do que acontece no ghosting, que é quando o outro desaparece por completamente da sua vida, o curver faz questão de se manter presente.

Mesmo que demore para a pessoa responder, ele precisa marcar território. Ou seja, isso significa que ele pode estar conversando com outras pessoas, mas também te quer à disposição.

O praticante do curving sempre se mantém conectado e enviará mensagens aleatórias. Depois de um sumiço, reaparecerá pedindo desculpas, pois estava trabalhando demais, recebeu uma visita inesperada ou precisou resolver um problema urgente. Além disso, suas respostas são mais sucintas ou vagas.

ilustração de mulher segurando lupa e procurando namoro online
Fonte: Canva. Montagem: Laís Rodrigues

Conhece alguém assim?

Do outro lado, quem está se envolvendo com um praticante de curver muitas vezes não percebe esses sinais de comportamento egoísta, principalmente se estiver com baixa autoestima. Então, se deixa envolver e fica sempre na expectativa do próximo contato para agendar o tão esperado encontro.

Se você se identificou com alguma dessas situações, fique atenta se vale a pena ou não alimentar mais expectativas com o seu contatinho.

O comportamento do curver mostra traços de manipulação e falta de empatia, ao mesmo tempo que chama a atenção para os motivos que justificam esse tipo de atitude.

Pode ser, por exemplo, que ele não queira perder a atenção recebida, já que a pessoa nutre esse tipo de vínculo. Ou que ele não consiga expressar o que sente. Ou até mesmo tenha medo da rejeição e de envolvimento emocional.

ilustração de mulher praticando curving
Fonte: Canva. Montagem: Laís Rodrigues

Como identificar curving?

ilustração de dois balões de mensagem de texto, um com um coração e o outro com 3 pontos
Fonte: Canva. Montagem: Laís Rodrigues

Em geral, o comportamento do curver apresenta 3 características:

1) São sempre reativos e nunca proativos

Quase nunca propõem novas conversas, ou se envolvem demais. Eles ficam na superficialidade, evitam falar sobre si e, quando acontece, é sobre situações aleatórias ou sem muita importância.

É sempre você quem inicia os bate-papos? Então, talvez seja a hora de ficar mais esperta.

2) Demoram muito para responder ou respondem em horários aleatórios

Quem pratica o curving responde na hora que quer. Isso significa que ele pode te responder amanhã, ou daqui a 10 dias. Sempre que ele reaparece, é com a mesma desculpa de vida corrida e com respostas objetivas, sem perguntas de volta.

3) Eles nunca combinam nada

Sabe aquele famoso “vamos marcar” que nunca dá em nada? Eles fazem questão de serem educados e não recusam um convite proposto por você, mas irão te deixar no vácuo e até desaparecer.

Como esse tipo de comportamento afeta nossa saúde emocional?

Infelizmente, o comportamento do curver está cada vez mais comum nos relacionamentos. E ele pode causar crises de ansiedade, provocar pensamentos acelerados e tornar a autoestima do outro ainda mais fragilizada.

Além disso, a pessoa passa a questionar sua autoconfiança e a gerar sentimentos de auto culpa, chegando, em alguns casos, até a ficar depressiva. Fora que sofrer curving pode afetar também a construção de relacionamentos saudáveis no futuro.

ilustração de mulher triste: consequências do curving
Fonte: Canva. Montagem: Laís Rodrigues

Como se proteger?

  1. Uma das melhores formas de se proteger desse tipo de relacionamento, que na verdade é uma cilada emocional, é cuidando da sua autoestima. O autocuidado também passa pela consciência dos nossos limites e do reconhecimento do que nos faz mal;
  2. Tente pesquisar sobre a pessoa nas redes sociais. Verifique se existe algum amigo em comum entre vocês e, se ele for mais íntimo seu, pergunte sobre a conduta do outro;
  3. Se você identificou esse tipo de comportamento na pessoa que tem conversado, saiba se posicionar. Evite alimentar um diálogo com alguém que te faz mal;
  4. Invista no seu processo de autoconhecimento para estar com a autoestima fortalecida e a terapia em dia. Esse já é um bom começo para não entrar nesse tipo de relacionamento.
ilustração de mulher se abraçando com plantas em volta: autocuidado
Fonte: Canva. Montagem: Laís Rodrigues

Sobre a colunista

Camila Custódio
Fonte: Freepik (adaptada)

Camila Custódio é idealizadora do Consultório Emocional – @consultorioemocional nas redes sociais. Camila é Assistente Social, Terapeuta de Família e Casal, Terapeuta Relacional Sistêmica, Psicanalista e Coach. Além disso, é Especialista em Gestão da Emoção e Consultora em Desenvolvimento Humano.

Escreve sobre saúde emocional, relacionamento e empoderamento feminino para sites, revistas e blogs. Atende pacientes online de todo o Brasil e do exterior.

Fonte: fashionbubbles

Sobre o autor

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