Entenda o caso da ‘rachadinha’ envolvendo Janones

Um ano depois da denúncia por um esquema de “rachadinha”, o deputado federal André Janones (Avante-MG) fechou um e se comprometeu a devolver R$ 131,5 mil para encerrar a investigação sobre as suspeitas do esquema em seu gabinete.

Em novembro de 2023, a justiça acusou Janones de ser o operador do crime. Gravações mostraram que o para bancar suas despesas pessoais. Na época, Janones negou o crime e garantiu principalmente que tudo não passava de denúncias sem fundamento.

No entanto, o site Metrópoles, conforme relata o jornal O Dia, divulgou o áudio que o jornal Estadão obteve em novembro de 2023. O ex-assessor Cefas Luiz foi quem fez a gravação em uma reunião no dia 5 de fevereiro de 2019 na Câmara dos Deputados, em Brasília. Cefas disse que o esquema tinha o comando da atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante), ex-assessora e ex-namorada de Janones.

“Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas da minha campanha de prefeito”, disse Janones, no áudio. Ele relatava assim ter uma dívida de R$ 675 mil. O comentário se deu depois de o deputado dizer que não aceitaria corrupção em seu mandato.

Janones justificava o pedido usando sobretudo o seguinte discurso: “Isso [a divisão do salário] são simplesmente algumas pessoas que eu confio, que participaram comigo em 2016 e que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado”.

O deputado acrescenta: “Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil. Eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso”.

No áudio, Janones disse, da mesma forma, que era injusto ele ganhar R$ 25 mil e usar R$ 15 mil para pagar a dívida de sua campanha à Prefeitura de Ituiutaba em 2016. “O Mário vai ganhar R$ 10 mil. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido”.

Janones continua: “E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou de 2016. Não é justo, entendeu?”. Na época, o deputado federal negou a prática de “rachadinha”. Ele alegou que os áudios não correspondiam ao contexto. “Não são verdade, e sim escândalos fabricados”.

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