Construída em 794 d.C. para ser a capital imperial do Japão, a cidade de Kyoto foi essencial para o desenvolvimento da arquitetura e da arte tradicionais dos jardins japoneses. Ao norte da cidade, o Pavilhão Dourado é um ícone dessa história cultural.
O edifício folheado a ouro faz parte do complexo mais representativo da cultura Kitayama, um conjunto de tradições que se firmaram durante a época do xogunato Muromachi (1336–1573) e influenciaram a arte japonesa para sempre.
A história do Pavilhão Dourado
O templo zen de Rokuon-ji concentra em poucos metros quadrados algumas centenas de anos de história. O ponto mais chamativo do templo é o Kinkaku-ji, o Pavilhão Dourado.
Tudo começou quando o xogum Ashikaga Yoshimitsu, que viveu entre 1358 e 1408, construiu sua casa de férias em um grande terreno. Em testamento, determinou que após sua morte ali deveria ser estabelecido um templo dedicado à escola Rinzai, uma das três escolas zen budistas do Japão.
Este desejo foi contemplado pelo filho dele, Ashikaga Yoshimochi, que transformou a residência em um templo. Não é possível entrar no pavilhão, mas muitos detalhes podem ser observados do lado de fora, já que a construção tem três andares e cada um tem um propósito e um estilo diferentes.
O primeiro andar é conhecido como Ho-sui-in, o Templo de Dharma da Água. Com pilares de madeira natural e paredes de gesso branco, o pavimento é um exemplo do estilo Shinden, típico dos nobres do período Heian.
O segundo andar é Cho on-do, a Gruta das Ondas Sonoras. A construção é no estilo Bukke, o mesmo das residências dos antigos samurais. No interior existe um santuário dedicado à deusa da misericórdia, Kannon.
Já o terceiro andar, Kuukyo Chô, o Cume Supremo, tem um estilo zen e é dourado por dentro e por fora. Ele representa a iluminação espiritual e, por isso, abriga relíquias de Buda. No topo do telhado há uma estátua dourada da ave fenghuang, uma fênix.
Das cinzas ao ouro
A fênix que adorna o pavilhão serve como lembrete do constante renascimento das cinzas deste edifício, incendiado várias vezes ao longo da história. A última foi em 1950, com o fogo ateado propositalmente por um monge fanático. O incidente exigiu uma restauração completa em 1955, tão bem feita que não afetou o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela UNESCO em 1994.
O passeio pelo complexo permite aos visitantes observar o Hojo, os aposentos do sacerdote do templo, e uma casa de chá. Nenhum destes está aberto ao público. O que é acessível na visita são as lojas de souvenires e dois jardins de descanso: um pago e um gratuito.
No fim do trajeto pelo complexo há um pequeno templo dedicado a Fudo Myoo, um dos Cinco Reis da Sabedoria e protetor do budismo. Ao lado do templo, caixas amarelas e vermelhas vendem omikuji (previsões do futuro) em vários idiomas.
Como chegar ao Templo?
O Kinkakuji pode ser acessado da estação de Kyoto por ônibus – pelas linhas 204 e 205 – e por metrô – pela linha Karasuma, até a estação Kitaoji.
O local funciona das 9h às 17h diariamente. A entrada custa 500 ienes. Os ingressos ficam disponíveis na entrada do Templo.
Legado cultural japonês em terras brasileiras
Existem duas réplicas do Pavilhão Dourado no Brasil. Uma fica em Itapecerica da Serra (SP) e recebe visitantes pelo módico preço de 5 reais. O local funciona como templo ecumênico e cinerário, local onde são depositadas cinzas de pessoas falecidas.
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A outra réplica fica em Curitiba (PR) e abriga o Memorial da Imigração Japonesa. Erguido na Praça Japão para homenagear os imigrantes japoneses que se fixaram no Paraná, o pavilhão também é sede da Biblioteca Hideo Handa.
Fonte: viagemeturismo