De acordo com os dados do Censo 2022, a queda de 1,4% de frequência é em comparação ao índice da pesquisa anterior, do ano de 2010, ficando à frente apenas de Roraima, que enfrenta uma situação mais crítica, com uma taxa de frequência de 78,8%, ou seja, menos 21,2% fora da escolas.
Conforme a pesquisa, 32.357 pessoas da faixa etária mencionada estavam fora da escola em 2022. Além disso, o cenário de evasão escolar é também preocupante em relação a crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, pois o Estado registrou um total de 11.508 indivíduos sem acesso à educação básica.
O levantamento também trouxe dados sobre a frequência escolar de outras faixas etárias. Para crianças entre 0 e 3 anos, a taxa de frequência bruta foi de 32,9%, abaixo do índice nacional, de 33,9%. Já entre as crianças de 4 a 5 anos, a porcentagem foi de 82,8%, também inferior ao nacional, que alcançou 86,7%.
Na faixa de 18 a 24 anos, a taxa de frequência escolar bruta registrada foi de 25,7%, sendo o quinto menor índice do país. Por fim, entre as pessoas de 25 anos ou mais, a taxa de frequência escolar bruta foi de 6,8%.
Segundo o IBGE, esses resultados contrastam com as diretrizes estabelecidas pela Meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE), que visa à universalização da educação infantil para crianças de 4 e 5 anos e à oferta de atendimento em creches para pelo menos 50% das crianças de até 3 anos.
O documento revela que apenas três municípios de Mato Grosso conseguiram cumprir ao menos uma dessas condições: Reserva do Cabaçal (56,2%) e Luciara (53,6%) atingiram a meta quanto à frequência escolar bruta para crianças até 3 anos; para crianças entre 4 e 5 anos, somente o município de Tesouro apresentou a universalização da frequência escolar bruta, com a taxa de 100%.
Em Mato Grosso, as populações de cor ou raça branca e amarela têm os maiores índices de frequência escolar entre crianças e jovens de 4 a 14 anos. Por outro lado, a população de cor ou raça preta se destaca somente com a maior taxa de frequência escolar bruta para crianças de 0 a 3 anos.
É válido ressaltar que o aumento maior na evasão escolar por parte da população preta acontece a partir dos 14 anos de idade, na passagem do ensino fundamental para o médio regular. A frequência dessa população caiu de 97,4%, para 77,8%.
Já a população parda apresenta resultados intermediários, exceto na faixa etária de 18 a 24 anos, onde as taxas de frequência escolar bruta para as populações preta (23,6%) e parda (23,4%) são inferiores à da população indígena, que alcança 29,6%.
O Censo Demográfico ainda investigou o nível de ensino frequentado. Na faixa etária entre 15 e 17 anos, 75,8% da população mato-grossense que frequentava escola fazia o ensino médio (na modalidade regular ou de educação de jovens e adultos), o quinto maior índice do país e acima do índice nacional, de 72,3%.
Outro contingente, de 23%, frequentava o ensino fundamental e a taxa restante desta população, de 1,2%, já cursava o ensino superior – sendo também a quinta maior taxa do país.
Na faixa etária seguinte, de 18 a 24 anos, a maioria dos mato-grossenses que frequentava escola (57,1%) cursava o ensino superior – um índice acima da média do país, que ficou em 56,4%. Já 35,1% cursaram o ensino médio, enquanto 7,7% da população do Estado frequentava o ensino fundamental.
Fonte: leiagora