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Política

Nísia é a quarta mulher demitida do governo Lula: Entenda a situação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta terça-feira, 25. Seu substituto será o petista Alexandre Padilha, que ocupava a Secretaria de Relações Institucionais.

Com a mudança, a representatividade cai no governo. Agora, dos 38 ministérios, só nove são chefiados por mulheres. O cenário contrasta com a promessa de Lula de que haveria “mais mulheres do que homens” no corpo ministerial.

As mulheres na atual composição da Esplanada dos Ministérios são:

  • Luciana Barbosa, da Ciência e Tecnologia;
  • Margareth Menezes, da Cultura;
  • Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos;
  • Esther Dweck, da Gestão e Inovação;
  • Anielle Franco, da Igualdade Racial;
  • Marina Silva, do Meio Ambiente;
  • Cida Gonçalves, das Mulheres;
  • Simone Tebet, do Planejamento; e
  • Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas.

Nísia é a quarta mulher do primeiro escalão a ser demitida por Lula neste governo. Ainda em 2023, Daniela Carneiro foi dispensada do comando do Ministério do Turismo; Ana Moser deixou o Ministério do Esporte; e Rita Serrano saiu da presidência da Caixa Econômica Federal.

Ministra da Saúde desde o começo do governo Lula, a nomeação de Nísia Trindade surpreendeu pela sua formação acadêmica: apesar de ter experiência como presidente da Fundação Oswaldo Cruz () por seis anos, Nísia é graduada em Ciências Sociais e mestre em Ciência Política.

A primeira grande controvérsia ocorreu em outubro de 2023, quando um evento promovido pelo Ministério da Saúde gerou revolta ao apresentar uma performance de dança erótica. O evento, que custou R$ 1 milhão aos cofres públicos, foi classificado como um “caso isolado” pela pasta.

Outra situação suspeita surgiu em dezembro de 2023, quando o ministério destinou R$ 55 milhões para a cidade de Cabo Frio (RJ). Um mês depois, o filho de Nísia, Márcio Lima Sampaio, foi nomeado secretário de Cultura da cidade.

A crise no Ministério da Saúde se agravou com a falta de medicamentos essenciais. Em março de 2024, pacientes com hanseníase tiveram seus tratamentos interrompidos por causa da falta de remédios. O governo também falhou na distribuição de vacinas contra a covid-19 e deixou 4,2 milhões de doses perderem a validade.

A pior crise enfrentada pela ministra ocorreu em outubro de 2024, quando nove pacientes receberam órgãos e tecidos contaminados com HIV em um hospital no Rio de Janeiro. Seis desses pacientes foram infectados, e um faleceu depois do procedimento.

A pasta demorou um mês para agir depois de tomar conhecimento do caso. O infectologista Francisco Cardoso classificou o episódio como “o pior escândalo da história do Ministério da Saúde desde sua fundação”.

A crise de dengue também colocou Nísia sob pressão. A Organização Pan-Americana da Saúde alertou o governo sobre o aumento expressivo dos casos da doença, mas as medidas adotadas foram insuficientes.

O Brasil registrou mais de 9,5 milhões de casos até a 46ª semana epidemiológica de 2024, um aumento de 255% em relação ao ano anterior. A aquisição de apenas 5 milhões de doses da vacina contra a dengue também gerou críticas, pois era insuficiente para imunizar a população em larga escala.

Fonte: revistaoeste

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