A decisão do Tesouro Nacional em suspender novas contratações de financiamentos subvencionados pelo Plano Safra 2024/25, anunciada nesta quinta-feira (20), é vista com preocupação pelo setor produtivo de Mato Grosso. A medida passa a valer nesta sexta-feira (21).
Na avaliação do Sistema Famato, a medida do Tesouro Nacional “compromete diretamente a continuidade da produção agropecuária, a segurança alimentar e a estabilidade econômica do setor”.
A suspensão das linhas de crédito rural resulta do aumento da taxa Selic de 10,50% em julho de 2024 para 13,25% em janeiro de 2025.
Em nota o Sistema Famato frisa que tanto a agricultura quanto a pecuária “são atividades que demandam previsibilidade e planejamento”.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso observa ainda que “a suspensão do crédito rural gera insegurança para os produtores, especialmente no momento em que muitos ainda colhem a safra atual e iniciam o plantio da próxima. O setor produtivo já enfrenta desafios como oscilação cambial, aumento nos custos de produção e uma taxa de juros elevada. A retirada do suporte governamental agrava ainda mais esse cenário”.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em nota emitida nesta quinta-feira, ressaltou que “o plano atual foi aprovado no orçamento de 2023 e anunciado como “o maior Plano Safra da história”. Mas, no momento em que os produtores ainda colhem a primeira safra e iniciam o plantio da próxima, os recursos já se esgotaram”.
A FPA salientou ainda que “no mesmo dia em que o crédito rural é suspenso, a Presidência da República afirma não haver necessidade de cortar gastos” e que “culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema. A má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários”.
Contribuição para a economia do país
O Sistema Famato lembra que “o setor agropecuário contribui significativamente para a economia do país, gerando empregos, exportações e garantindo o abastecimento de alimentos a preços acessíveis para toda a população“.
A Frente Parlamentar da Agropecuária também lembrou em sua nota que “itens da cesta básica, como proteínas e ovos, têm seus custos de produção diretamente afetados, já que as rações utilizadas são produzidas a partir de grãos, culturas impactadas pela falta de recurso”.
A entidade mato-grossense e a FPA frisam que o governo federal possui papel de “complementação do financiamento do agronegócio”.
A Famato salienta ainda que “a falta de recursos para a equalização de juros impacta diretamente a competitividade do setor” e reforça “a necessidade de uma gestão fiscal eficiente, que garanta a execução plena dos recursos previstos no Plano Safra e permita um planejamento adequado para os produtores”.
Por fim, tanto o Sistema Famato quanto a FPA afirmam que seguem “na cobrança por políticas públicas adequadas para o restabelecimento do crédito rural” e “atuando em defesa dos produtores rurais” e por ” comida barata e acessível na mesa de todos os brasileiros”.
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Fonte: canalrural