O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a TVPT, canal oficial da sigla no YouTube, seja autorizada a transmitir o julgamento sobre o acolhimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 33 aliados.
A solicitação foi feita ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, na quinta-feira 19. O julgamento envolve alegações de uma suposta “conspiração golpista”.
O PT alega que busca garantir a transparência do processo e também pretende utilizar as imagens na campanha presidencial de 2026. Além disso, o partido defende a ideia de que a cobertura televisiva atende a um “notório interesse público”, conforme destacado no ofício enviado ao Supremo.

O secretário de Comunicação Nacional do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), afirmou que “a transparência do julgamento é fundamental para garantir que a sociedade tenha pleno acesso às informações e compreenda a atuação do Supremo Tribunal Federal na defesa da ordem democrática [sic]“.
O PT acredita que, ao permitir a transmissão, o STF estaria “reafirmando seu compromisso com a democracia e o direito à informação”.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, na denúncia contra Jair Bolsonaro ajuizada na terça-feira 18, acusa o ex-presidente de crimes que nem mesmo a Polícia Federal sustentou em seu relatório de investigação sobre a suposta tentativa de golpe, em 2022, quando Bolsonaro ainda era presidente.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão encarregado da acusação, responsabiliza o ex-presidente por dano ao patrimônio da União e deterioração de bens tombados ao citar os atos de 8 de janeiro de 2023, crimes não atribuídos a Bolsonaro pela PF.
O documento da PGR também sustenta, com base em indícios frágeis e sem comprovação, que Bolsonaro teria aprovado um plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Gonet solicita a fixação de um valor mínimo para reparação dos danos causados pelos envolvidos, incluindo o ex-presidente.
O relatório da Polícia Federal não incluiu a acusação relativa ao 8 de janeiro no indiciamento de Bolsonaro, embora estabeleça conexão entre os atos e o ex-mandatário. No documento final também não há menção a um suposto aval de Bolsonaro ao plano de assassinato.
Fonte: revistaoeste