Há uma diferença, como muita gente sabe, entre números e realidades. Nem sempre os algarismos são um espelho dos fatos, e nem sempre os fatos se demonstram através dos algarismos. Já não é fácil, mesmo num governo razoavelmente alfabetizado, definir o balanço entre as duas coisas. Com a ignorância sistêmica do atual governo brasileiro, então, o melhor é já chamando o padre para dar a extrema-unção. É o caso, agora, da crise de nervos do Brasil diante das demandas de .
O presidente Lula não entende nada de números. Em compensação, também não entende nada de realidades — em sua fase atual, acha que a culpa pela inflação é do povo que fica comprando comida cara, ou que vai resolver os seus infortúnios de “imagem” fazendo uma caravana com Janja pelo Brasil. A soma dessas duas incapacidades leva o governo brasileiro a se comportar, tontamente, como um bando de galinhas agitadas quando acontece alguma coisa diferente perto delas.
Lula, como os cachorros de Pavlov que ficavam com água na boca todas as vezes em que tocavam uma sineta associada à hora de comer, entra automaticamente em crise de nervos a cada vez que topa com a palavra “Trump”. Desde que ele ganhou a eleição, Lula não perde uma única oportunidade de fazer todo o tipo de insulto ignorante, colérico e despeitado contra o governo e o país que tem o dever de respeitar e tratar com cortesia — para atender ao interesse nacional, e não à sua coleção de ideias mortas. Seu governo está caindo aos pedaços há dois anos, e ele acha que o problema do Brasil são os Estados Unidos.
A chegada de Trump à Presidência pode realmente dar início a mudanças estruturais na comunidade das nações tal qual ela é hoje. Na verdade, já está dando — na política, na diplomacia, na economia, na segurança internacional, na entrada com força máxima da tecnologia de vanguarda no governo, na política e na operação da máquina estatal nos Estados Unidos, na agenda “progressista”. É para esse tipo de mudanças que o Brasil teria, já, de estar se preparando. Mas Lula não tem a menor ideia sobre tais realidades. Não entendeu nem o prefácio — imaginem o pré-difícil.
Tarifas são tema para profissionais do ramo. O Brasil, para começo de conversa, é um dos países que aplica as taxas de importação mais altas do mundo — tem de andar sempre com muito cuidado quando lida com esse assunto. Lula, em vez disso, fica gritando que vai “retaliar”. Não tem ideia, por exemplo, que o açúcar brasileiro paga 70% de tarifa para entrar nos Estados Unidos; os 25% que Trump propõe seriam uma beleza. Mas e daí?
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Fonte: revistaoeste