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‘Mais de 50 países pobres correm risco de quebrar’, diz autoridade da ONU

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O chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) alertou nesta quinta-feira, 10, que mais de 50 dos países em desenvolvimento mais pobres correm o risco de quebrar caso não recebam assistência urgente. Em discurso durante a COP27, Achim Steiner ressaltou ainda que qualquer inadimplência criaria mais problemas para resolver a crise climática, que já afeta a economia dos países que enfrentam os desastres causados pela mudança extrema do clima.

Segundo Steiner, a inflação, a crise energética e as altas taxas de juros estão criando condições para que países entrem em risco de default, com possíveis impactos desastrosos para suas populações.

“Há atualmente 50 países em nossa lista e, se tivermos mais choques, taxas de juros sobem, empréstimos ficam mais caros, preços de energia, preços de alimentos. Se torna quase inevitável vermos uma série destas economias incapazes de pagar”, disse.

“Parte de acelerar nossa capacidade de lidar com as mudanças climáticas tem como premissa que todos os países façam algo. Portanto, o maior risco é desacelerarmos as coisas novamente, alguns diriam ainda mais”, disse.

Segundo o chefe do Pnud, países em desenvolvimento já estão tomando suas próprias ações para enfrentar a crise climática, pois “já investem múltiplos dos 100 bilhões para ajudar a acelerar a transição energética”, o que não estaria sendo feito apenas pelos países desenvolvidos. 

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“Do jeito que parece para um contribuinte em Londres, Berlim ou Paris, é: por que estamos sendo solicitados a pagar por tudo o que acontece fora do nosso país no mundo em desenvolvimento? E isso simplesmente não é verdade”, disse. “China, Índia, países como Quênia, África do Sul, Gana, Marrocos, Egito – todos eles estão investindo seus próprios recursos na transição para as energias limpas. Não importa os recursos extraordinários que eles precisam mobilizar quando ocorre um evento climático extremo relacionado ao clima”. 

O investimento de países mais ricos não seria apenas para incentivar energias sustentáveis de países em desenvolvimento, mas também para criar um fundo de ajuda emergencial para aqueles que sofrem impactos devastadores devido aos desastres naturais causados pela mudança climática e não conseguem se proteger dos impactos físicos e econômicos.

Fonte: Veja

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