O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na última sexta-feira (7), a prorrogação do prazo para envio de sugestões à consulta pública sobre a importação de tilápias. Inicialmente prevista para encerrar nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, a consulta agora se estenderá até 10 de abril. A decisão atende a um pedido do Sistema FAEP e de outras entidades do setor, que consideraram o tempo inicial insuficiente para um debate mais amplo sobre o impacto da importação na piscicultura brasileira.
O Paraná, maior produtor de tilápia do país, responde atualmente por 36% da produção nacional, com 213,3 mil toneladas registradas em 2023. A relevância da atividade na economia estadual é evidente, gerando empregos, renda e exportações. No último ano, o estado foi responsável por US$ 35 milhões em exportações de tilápia, o que representa 64% do total nacional. Com uma logística eficiente, o Brasil já ocupa a posição de quarto maior fornecedor da espécie para os Estados Unidos, com um crescimento expressivo nas exportações de filés frescos.
Diante da ameaça que a importação pode representar para os produtores nacionais, o Sistema FAEP também tem buscado apoio político para barrar essa possibilidade. No dia 3 de fevereiro, a entidade e outras instituições privadas e públicas entregaram um documento ao governador Carlos Massa Junior, solicitando intervenção para impedir a entrada de tilápias importadas. O argumento central é que a cadeia produtiva nacional necessita de proteção sanitária e comercial para continuar crescendo e expandindo suas exportações.
Importação de tilápia
A preocupação com a importação de tilápia não é recente. Em dezembro de 2023, o Brasil importou 25 mil quilos da espécie vindos do Vietnã, o que gerou forte reação do setor. Na época, a FAEP enviou um documento ao Ministério da Pesca e Aquicultura expressando repúdio à aquisição, argumentando que a entrada de tilápia estrangeira pode prejudicar a piscicultura brasileira, especialmente no Paraná. Com a prorrogação da consulta pública, o setor espera que os impactos econômicos e sanitários sejam amplamente debatidos antes que qualquer decisão definitiva seja tomada.
Fonte: cenariomt