📝RESUMO DA MATÉRIA
- Ashley Armstrong, cofundadora da Angel Acres Egg Co., mudou de coaching fitness para defensora da saúde após descobrir a conexão entre escolhas alimentares e problemas autoimunes.
- A ingestão adequada de carboidratos (cerca de 250 g por dia) é necessária para a saúde metabólica, enquanto dietas com baixo teor de carboidratos aumentam o cortisol e prejudicam a função da tireoide.
- As medições da temperatura corporal 3 vezes ao dia fornecem um melhor indicador da saúde metabólica do que os exames de sangue convencionais, com 37,7 °C ao meio-dia indicando função normal.
- Os ácidos graxos poli-insaturados (AGPIs) e os fitoestrógenos nas dietas modernas interferem na função da tireoide e na desintoxicação do estrogênio, levando a disfunções metabólicas.
- Armstrong promove práticas agrícolas regenerativas, produzindo ovos com baixo teor de AGPI e gemas de ovos liofilizadas, ao mesmo tempo em que defende a agricultura sustentável em vez dos métodos agrícolas convencionais.
🩺Por Dr. Mercola
Há pouco tempo entrevistei Ashley Armstrong, cofundadora da Angel Acres Egg Co. e uma das principais defensoras da agricultura regenerativa. A perspectiva única de Ashley preenche a lacuna entre práticas de saúde ideais e agricultura sustentável, oferecendo insights valiosos sobre como nossos sistemas e escolhas alimentares impactam o bem-estar de forma profunda.
Ashley começou sua jornada de saúde ao lado de sua irmã, Sarah, com o apelido de “Strong Sisters”. No início, elas estavam focadas em musculação e treino de resistência, documentando seu progresso e se orgulhando do empoderamento que veio com a força física. “Foi tão empoderador… É você contra você mesma”, Ashley compartilhou.
No entanto, o caminho delas deu uma virada significativa quando ambas enfrentaram problemas de saúde relacionados às suas escolhas alimentares, em particular pela prevalência de ácidos graxos poli-insaturados (AGPIs) e ingredientes processados. Sarah foi diagnosticada com uma forma de lúpus aos 21 anos, o que as levou a buscar alternativas à medicina convencional.
“Passamos por dietas como a cetogênica, jejum, carnívora, todas elas… sentimos alívio no começo… mas depois essas decisões nos pegaram. Depois de cerca de 2 anos, nos deparamos com o trabalho do Dr. Ray Pete, e o resto é história”, explicou Ashley, enfatizando sua mudança em direção à compreensão da saúde da tireoide e o metabolismo como facetas interconectadas do bem-estar sistêmico.
O papel dos carboidratos na saúde metabólica
A importância dos carboidratos na manutenção da taxa metabólica e da função da tireoide é muitas vezes esquecida. Ashley afirmou: “Carboidratos são vitais. Eles são ótimos. Eles são essenciais. Eles são necessários”. Parte da sua importância está ligada aos seus efeitos na temperatura corporal. Ela explicou:
“Depende de você, como indivíduo, descobrir quais carboidratos funcionam bem para você e focar neles por um período de tempo. Trabalhe para implementar mais carboidratos aos poucos, aumentando aqueles que funcionam bem para você, porque isso, com o tempo, aumentará sua taxa metabólica. À medida que sua taxa metabólica aumenta, sua temperatura corporal aumenta.
E esse é o objetivo. Queremos estar quentes. E não apenas ter uma boa aparência. Queremos estar quentes por dentro, porque todas as funções do nosso corpo são realizadas por enzimas. E as taxas de reação enzimática dependem da temperatura”.
Ela criticou as abordagens low-carb dogmáticas predominantes em certas comunidades de saúde, defendendo, em vez disso, uma estratégia personalizada para a ingestão de carboidratos. Ao categorizar os carboidratos em um sistema de semáforo (verde, amarelo e vermelho) meu livro mais recente, “Os segredos para a saúde celular: Um guia para alcançar a longevidade e a felicidade”, oferece uma estrutura prática para identificar e incorporar carboidratos benéficos à sua dieta.
É importante atingir um certo limite de carboidratos, cerca de 250 g por dia, para dar suporte às funções metabólicas. Se você não atingir esse limite, terá problemas de saúde. Dietas com baixo teor de carboidratos, por exemplo, aumentam o cortisol. A elevação de curto prazo do cortisol é protetora e necessária para a sobrevivência.
No entanto, a elevação crônica leva a efeitos prejudiciais à saúde, incluindo perda de massa muscular, diminuição da densidade óssea e comprometimento da função cognitiva. Além disso, consumir carboidratos saudáveis suficientes não apenas melhora a taxa metabólica, mas também garante a conversão adequada do hormônio tireoidiano inativo (T4) em sua forma ativa (T3), um processo necessário para a produção de energia celular.
Medindo a saúde além do exame de sangue convencional
Ashley recomenda o uso da temperatura corporal como uma métrica para avaliar a sua saúde metabólica. Ao contrário dos exames de sangue convencionais, que fornecem apenas uma visão superficial e são influenciados por vários fatores externos, as medições da temperatura corporal oferecem um indicador contínuo e em tempo real da taxa metabólica. “Se a temperatura do seu corpo estiver subindo, é um sinal claro de que a utilização celular de T3 está acontecendo”, explicou Ashley.
Ela defende a medição da temperatura corporal 3 vezes ao dia: ao acordar, 30 a 45 minutos após o café da manhã e ao meio-dia. Essa abordagem é eficaz porque os níveis de T3 costumam ser mais altos pela manhã e diminuem à medida que o dia avança. Essa rotina permite que você monitore suas tendências metabólicas e faça ajustes alimentares informados.
Ashley destacou: “Esta é uma ferramenta simples… porque o exame de sangue ainda não diz se suas mitocôndrias estão mesmo usando o hormônio tireoidiano T3”.
O ideal é usar um termômetro de temperatura corporal basal para medir sua temperatura, pois ele mede até a centésima de grau. Uma temperatura corporal que está sempre baixa indica um metabolismo lento, enquanto uma temperatura corporal matinal de cerca de 37,7 °C indica uma função tireoidiana saudável. Ao meio-dia, uma temperatura em torno de 37,8 °C no geral indica uma resposta metabólica normal.
Ashley também destacou as limitações dos painéis convencionais da tireoide, que muitas vezes se concentram apenas nos níveis do hormônio estimulante da tireoide (TSH). Ela enfatizou a importância de testes abrangentes da tireoide, incluindo T3 livre, T3 reverso e T4, para obter uma compreensão real da saúde da tireoide e da função metabólica.
A dupla ameaça dos AGPIs e dos fitoestrógenos
Também abordamos os efeitos prejudiciais dos AGPIs, como o ácido linoleico (LA) e os fitoestrógenos na saúde metabólica. Ashley observou: “Os AGPIs prejudicam nossa capacidade de desintoxicar o estrogênio”, explicando como essas substâncias interferem na capacidade do corpo de converter T4 em T3, diminuindo assim as taxas metabólicas. Essa disrupção não apenas dificulta a produção de energia, mas também promove um ambiente propício a doenças autoimunes e outros problemas de saúde.
O LA é encontrado em óleos de sementes, alimentos processados e até mesmo em algumas opções que aparentam ser saudáveis, como frango, nozes e sementes. Embora o ácido graxo seja considerado essencial para o funcionamento do corpo, a dieta ocidental moderna costuma fornecer muito mais do que o necessário. Otimizar sua função mitocondrial é necessário para melhorar sua energia celular, mas o LA é um veneno mitocondrial que prejudica sua saúde intestinal.
Ela também abordou a natureza generalizada dos fitoestrógenos na dieta moderna, sobretudo através de produtos de soja e linhaça. “Foi demonstrado que os fitoestrógenos ativam os receptores de estrogênio da mesma forma que ingerimos produtos lácteos falsos, leite de soja e queijo de soja”, alertou Ashley. O acúmulo desses compostos semelhantes ao estrogênio agrava as disrupções metabólicas, levando à dominância do estrogênio e prejudicando ainda mais a função da tireoide.
A exposição a substâncias químicas desreguladoras endócrinas (DEs), como ftalatos e bisfenol A (BPA), em geral presentes em microplásticos, também estimula os receptores de estrogênio de maneira excessiva. O estrogênio aumenta os níveis de cálcio intracelular, levando à formação de peroxinitrito, uma espécie reativa potente de oxigênio que contribui para problemas de saúde.
Como o pesquisador bioenergético Georgi Dinkov explicou em nossa entrevista anterior, o estrogênio é cancerígeno e antimetabólico, reduzindo de forma radical a capacidade das mitocôndrias de criar energia celular. Muitas pessoas acreditam que estão com níveis baixos de estrogênio devido aos exames de sangue, quando na verdade estão com níveis altos em seus órgãos. Isso ocorre porque os níveis séricos de estrogênio não são representativos do estrogênio armazenado nos tecidos. O estrogênio pode estar baixo no plasma, mas alto nos tecidos.
Uma opção melhor para avaliar os níveis de estrogênio na gordura e nos tecidos é um exame de sangue de prolactina. O estrogênio promove a produção de prolactina, que é um hormônio produzido pela glândula pituitária. Depois de ajustar sua dieta reduzindo o LA e consumindo carboidratos saudáveis, uma estratégia eficaz que ajuda a neutralizar o excesso de estrogênio é a progesterona natural.
Transformando a agricultura — Práticas regenerativas para uma nutrição superior
A experiência de Ashley como criadora de galinhas está bastante interligada à sua defesa da saúde. Ela lidera um movimento em direção à agricultura regenerativa, com foco em alimentar galinhas com uma dieta pobre em AGPIs e livre de aditivos prejudiciais. “Nossos parceiros de fazendas de cultivo em linha estão produzindo grãos que nossas galinhas estão comendo de forma regenerativa”, ela explicou, ressaltando a importância da saúde do solo e de práticas agrícolas sustentáveis na produção de produtos animais ricos em nutrientes.
Esse compromisso com práticas regenerativas melhora o perfil nutricional dos ovos e garante que as galinhas sejam mais saudáveis e robustas. “Estamos trabalhando com a Mãe Natureza, e nossos parceiros de cultivo em linha”, afirmou Ashley, destacando a sinergia entre a agricultura sustentável e a saúde humana ideal.
Um dos desenvolvimentos mais interessantes discutidos foi a introdução de gemas de ovos liofilizadas. Este produto inovador aborda os desafios de perecibilidade e logística do consumo tradicional de ovos, enquanto preserva o rico perfil nutricional das gemas. Ao liofilizar alimentos, em especial gemas de ovos, você remove toda a umidade, reduzindo a perecibilidade e estendendo a vida útil.
Essas gemas liofilizadas não são apenas ricas em nutrientes, mas também são versáteis, permitindo que você as incorpore em vários pratos, como shakes, sem se preocupar com a deterioração. As gemas de ovos liofilizadas oferecem uma fonte conveniente e duradoura de nutrientes essenciais como colina e vitamina K2. Ashley enfatizou seu papel no suporte à função dos neurotransmissores e à saúde metabólica geral.
A colina é parte de um importante neurotransmissor chamado acetilcolina, que faz parte do sistema nervoso parassimpático. Infelizmente, os sistemas convencionais de saúde e agricultura priorizam a lucratividade em detrimento da saúde e da sustentabilidade. A dominação da Big Pharma e da Big Agriculture levou ao uso generalizado de AGPIs prejudiciais, fitoestrógenos e outros aditivos que comprometem a saúde humana e ambiental.
Ashley explicou os desafios econômicos enfrentados pelos pequenos agricultores dentro desses sistemas. “Os agricultores precisam abandonar os empregos agrícolas para sustentar suas fazendas”, lamentou ela, apontando a natureza insustentável das práticas agrícolas atuais. Nossos esforços colaborativos visam criar mercados alternativos e estruturas de apoio que tornem a agricultura regenerativa viável e lucrativa, garantindo assim a produção de alimentos mais saudáveis.
Ela também abordou os problemas sistêmicos perpetuados pelos subsídios federais, que historicamente favoreceram certas culturas, levando à superprodução de soja e milho (fontes primárias de AGPIs e fitoestrógenos).
“O Farm Bill subsidiou a produção de certas culturas, e nós produzimos tanto que agora os custos estão muito baixos para os produtores de ração”, explicou Ashley. Ao mudar a demanda do consumidor para práticas agrícolas regenerativas e sustentáveis, diminuiremos de maneira gradual a influência desses subsídios e promoveremos um sistema agrícola mais saudável e resiliente.
Passos práticos para melhorar a saúde metabólica
Para aqueles que buscam melhorar sua saúde metabólica, Ashley forneceu conselhos práticos baseados em sua experiência. Ela enfatizou a importância de:
- Garantir uma ingestão suficiente de carboidratos saudáveis para dar suporte às funções metabólicas e à saúde da tireoide.
- Usar medições de temperatura corporal como um indicador em tempo real da taxa metabólica e da função da tireoide.
- Evitar alimentos ricos em AGPIs, como LA e fitoestrógenos, para prevenir distúrbios metabólicos e auxiliar na utilização do hormônio tireoidiano.
- Incorporar alimentos ricos em nutrientes, incluindo gorduras saturadas e gemas de ovos, para fornecer vitaminas e minerais essenciais sem aditivos prejudiciais.
- Apoiar a agricultura regenerativa escolhendo produtos de fazendas regenerativas para garantir a ingestão de alimentos mais saudáveis e produzidos de forma sustentável.
O trabalho de Ashley serve como um lembrete do poder das práticas informadas e sustentáveis. Ao priorizar alimentos integrais, minimizar aditivos prejudiciais e apoiar métodos agrícolas éticos, é possível criar uma sociedade mais saudável e resiliente.
Construindo um futuro sustentável e saudável
À medida que os consumidores se tornam mais conscientes das profundas conexões entre suas escolhas alimentares e a saúde geral, a demanda por produtos regenerativos aumentará de forma natural. Isso, por sua vez, incentivará mais agricultores a adotar práticas sustentáveis, criando um ciclo de retroalimentação positiva que beneficia tanto os indivíduos quanto o planeta.
Ashley concluiu: “Ser saudável não deveria ser difícil. Você não deveria se sentir sobrecarregado e você não ficará com dificuldades para sempre se der ao corpo as ferramentas de que ele precisa, removendo as interrupções metabólicas e usando medições simples de temperatura corporal”. Sua abordagem holística ressalta a interconexão entre dieta, agricultura e saúde sistêmica, oferecendo um caminho para que as pessoas alcancem o bem-estar ideal.
Ashley e eu também conversamos sobre o lançamento próximo do revolucionário aplicativo Mercola Health Coach e do Mercola Health Labs. Essas iniciativas mudarão a forma como os indivíduos acessam e interpretam seus dados de saúde, tornando os testes laboratoriais completos mais acessíveis e baratos.
O aplicativo Mercola Health Coach fornecerá monitoramento personalizado e recomendações que darão suporte a melhor saúde possível para você. O Food Buddy, parte integrante do Mercola Health Coach, foi criado para ajudar você a navegar com eficiência pelas escolhas alimentares diárias para atingir o bem-estar ideal.
O Mercola Health Labs oferecerá uma variedade de exames laboratoriais por uma fração dos custos atuais, com planos de disponibilizar alguns exames gratuitos junto com a compra de suplementos. Esta iniciativa foi criada para capacitar você a assumir o controle da sua saúde sem as barreiras financeiras e logísticas associadas aos exames laboratoriais convencionais. Se você quiser entrar na lista de espera do aplicativo Mercola Health Coach, clique aqui.
À medida que continuamos a desenvolver ferramentas como o aplicativo Mercola Health Coach e expandimos parcerias de agricultura regenerativa, a visão de um futuro mais saudável e sustentável se torna cada vez mais alcançável.
Somos pioneiros de um movimento que não apenas transforma a saúde individual, mas também redefine nossa relação com os alimentos que consumimos e o ambiente em que habitamos. Ao capacitar as pessoas com conhecimento e apoiar os agricultores com práticas sustentáveis, estamos lançando as bases para um futuro próspero.
Fonte: mercola