O avanço das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti tem pressionado o sistema de saúde em Mato Grosso. Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) mostram que cinco mortes por arboviroses já foram confirmadas em 2025, além de outras dez em investigação.
O aumento nos casos também reflete na ocupação dos leitos de UTI, que já chega a 95% de lotação, dificultando o atendimento a pacientes graves. Alguns acabaram morrendo antes da transferência ou pouco tempo depois.
Foi o que aconteceu com Marcos Martins de Lima, de 34 anos, que faleceu no dia 23 de janeiro. Sua família enfrentou uma longa espera para conseguir uma vaga na UTI, e quando a transferência ocorreu, já era tarde.
“Acho que faltou um pouco de empenho dos médicos. Não sei o que aconteceu, passaram dez dias ou mais e a gente não tinha como fazer nada, porque UTI é caro”, lamenta Mario Gonçalves, pai de Marcos.
Casos como o de Marcos não são isolados. Dona Luiza Klein, moradora de Santo Antônio de Leverger, também morreu após aguardar por dias uma vaga na UTI. Mesmo com decisão judicial para transferência, a demora no atendimento custou sua vida.
“Se a minha mãe estivesse em um leito de UTI, talvez hoje ela estivesse viva”, desabafa seu filho, Valdemar Klein.
Leitos de UTI lotados
Com o crescimento das arboviroses, o estado enfrenta uma grave crise hospitalar. Em janeiro, 1.286 pedidos de internação em UTI foram registrados, muito acima da capacidade instalada.
Mato Grosso dispõe de 590 leitos de UTI, mas a alta demanda faz com que pacientes aguardem por dias uma vaga.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde reconheceu a alta ocupação dos leitos de UTI geral, neonatal, neurológica e cardiológica, agravada pelo aumento das arboviroses. No entanto, não mencionou se pretende ampliar a quantidade de vagas, afirmando apenas que a liberação dos leitos ocorre conforme a recuperação dos pacientes internados.
Casos e mortes por arboviroses
O boletim epidemiológico mais recente da SES-MT aponta para 7.110 casos prováveis de dengue; 4.705 casos prováveis de chikungunya; 51 casos prováveis de zika.
Entretanto, dados do Painel do Ministério da Saúde mostram números ainda maiores. São 8.359 casos prováveis de dengue e 5.720 casos prováveis de chikungunya.
O estado registrou 4 por chikungunya, nos municípios de Cuiabá, Jaciara, Dom Aquino e Cláudia. Sendo uma morte em cada município. E uma morte por dengue em Conquista D’Oeste.
Fonte: primeirapagina