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Importância do vínculo emocional entre pais e filhos: por que é essencial investir nessa conexão

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O quanto você é capaz de se dedicar para que seu filho sinta todos os dias que é amado incondicionalmente simplesmente por ser quem é?

Nas colunas sobre paternidade que publico aqui na Gazeta, vejo muitos comentários de homens que contam uma história parecida: “Dei tudo para os meus filhos. Eles cresceram e hoje não dão a mínima. Cada um vive a sua vida e sequer lembram de mim”.

Não há resposta exata para situações como essa. Pode ser desde mágoas que ficaram pelo caminho até falhas de caráter dos filhos. Mas vou um pouco além: há pais que criaram seus filhos atendendo todas as suas necessidades físicas – sempre deram casa para morar, cama para dormir, roupa para vestir, comida na mesa. Por outro lado, nunca investiram em criar conexão afetiva com eles.

Garantiram que nada faltasse em termos materiais – o que conhecemos como amor paterno efetivo: o amor da provisão e do sustento. Mas ficaram distantes do amor afetivo: o beijo, o abraço, o elogio, as palavras de afirmação e o tempo passado com os filhos.

Obviamente o caráter provedor do pai é indispensável, porém é igualmente essencial que haja investimento em tempo para criar conexão afetiva genuína com os filhos. Sem isso, na primeira oportunidade eles irão pelo mundo sem olhar para trás porque não foram construídos vínculos sólidos.

O amor paterno não pode ser omisso ou silencioso – amar tem a ver com demonstrar!

Um homem tem a obrigação de demonstrar seu amor pelos filhos diariamente, seja abraçando, beijando, dizendo elogios e palavras de afirmação, como:

  • “Eu te amo”
  • “Sou muito feliz em ser seu pai”
  • “Estou orgulhoso de você”
  • “Errar faz parte. Continue tentando”
  • “Gostei muito daquilo que você fez”

Mas acima de tudo, expressar o amor paterno tem a ver com passar tempo de qualidade.

Grande parte da construção de vínculos e do desenvolvimento socioemocional das crianças – sobretudo na primeira infância, entre 1 e 6 anos de idade – acontece enquanto pais e filhos passam tempo juntos.

Invista em momentos só entre pai e filho

Momentos de convivência só entre pai e filho são essenciais. Esse tempo é precioso para aprofundar vínculos e criar intimidade, brincar e dar risada juntos, além de ser o momento em que você mais vai conseguir, de fato, educar e gerar influência, mesmo sem perceber. Um filho, seja menino ou menina, precisa ver o que seu pai faz!

Desde que o Vitor, meu filho, tinha só alguns meses, criei um ritual de ir todos os domingos pela manhã a uma padaria a algumas quadras de casa, apenas eu e ele. Sempre vamos a pé para aproveitar melhor o momento. Se quando começamos ele ia e voltava no meu colo e mal conseguia ficar sentado na cadeirinha de bebê da padaria, hoje ele vai de bicicleta ou patinete, escolhe um Yakult ou um iogurte e começa um processo de tentar me convencer a comprar todos os doces que tem lá.

Esse mesmo ritual, que se tornou um dos momentos mais agradáveis da minha semana, já dura anos. Minha esposa quase nunca vai. Ela sabe que aquele tempo é importante para nós dois, e ela também busca ter os momentos individuais com o Vitor.

Foi nessas caminhadas até a padaria que ele aprendeu a andar de bicicleta e a subir nas árvores que encontramos pelo caminho, que aprendeu a olhar para os lados antes de atravessar a rua, que parou tantas vezes para brincar com os gatos e os cachorros da rua, que conheceu alguns vizinhos do bairro… Foi nessas idas que conversamos tanto, que demos risadas, que voltamos pra casa correndo da chuva, que paramos para conversar com os “amigos policiais” que ele tanto é fã.

O que era para ser um hábito simples – ir juntos à padaria – se tornou um dos investimentos mais valiosos na construção intencional de vínculo entre nós dois. Sempre penso que aquilo que comecei para o bem dele acabou se tornando ainda melhor para mim.

Aí embaixo está o Vitor filando um bolo de chocolate.

Amor paterno não é só provisão, mas também presença e conexão

No final das contas, o que realmente importa?

Já fui inspirado por histórias de pais excelentes em demonstrar amor paterno, que tinham mais de um filho e se preocupavam em encontrar espaços na agenda para ter esses momentos de lazer individualmente com cada um.

Mas é importante que essas não sejam ocasiões raras, que acontecem quase que por uma coincidência. É preciso ser intencional: se possível, marque um dia fixo, ou então garanta que ao menos uma vez por semana vocês façam alguma coisa juntos. Pode ser simplesmente fazer algo interessante para os dois dentro de casa.

O que é inegociável é que haja constância e 100% da atenção no momento – de preferência deixando um pouco o celular de lado.

Priorizar trabalho, entretenimento ou qualquer outra atividade acima do tempo de qualidade com os filhos gera um abismo emocional difícil de superar. Por outro lado, amar (e demonstrar esse amor) diariamente passando horas preciosas com os filhos é a receita para criar laços afetivos poderosos.

No fim das contas, as lembranças mais valiosas que um filho vai carregar do pai para o resto da vida não tem a ver com o dinheiro que ele ganhou, mas com o tempo e o amor que dedicou.

“Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele”. (1 Jo 4:16)

Fonte: gazetadopovo

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