A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Os dois são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de invadir sistemas do (CNJ).
De acordo com a PGR, os alvos criaram e divulgaram um falso mandado de prisão contra o ministro , do STF, como se tivesse sido assinado pelo magistrado. O documento foi inserido no Banco Nacional de Mandados de Prisão, ligado ao CNJ.
O procurador-geral da República, , pediu ao STF que aplique o aumento de pena previsto no Código Penal, de um terço a dois terços, caso a invasão gere prejuízo econômico. A pena para invasão de dispositivo é de um a quatro anos de prisão, enquanto falsidade ideológica pode resultar em até cinco anos.
Gonet afirmou que Zambelli agiu “com objetivo de gerar ambiente de desmoralização da Justiça brasileira, para obter vantagem de ordem política”. Provas como diálogos, relatórios e depoimentos indicam um acordo prévio entre os acusados e esforços contra a integridade dos sistemas judiciais.
Em depoimento à , Delgatti confirmou sua participação e disse que agiu a pedido de Zambelli. A deputada, contudo, nega o envolvimento. Segundo a PGR, “a atuação de Carla Zambelli nos eventos criminosos denunciados é robustecida pelo material apreendido em sua posse”.
Foram encontrados arquivos nos dispositivos de Delgatti, como uma ordem falsa de quebra de sigilo bancário de Moraes, criada e acessada por Zambelli 22 segundos depois. Outro arquivo, com um mandado falso de prisão contra o ministro, foi acessado por ela 90 minutos depois de sua criação.
Também foi achado um arquivo falsificado, ordenando o bloqueio de R$ 22,9 milhões de Moraes, o mesmo valor de uma multa aplicada ao PL em 2022, acessado por Zambelli 18 horas depois de criado.
Em maio, depois da Primeira Turma do STF tornar os dois réus, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, afirmou ter “absoluta confiança de que a deputada não cometeu qualquer ilícito penal e tem certeza de que isso vai ficar comprovado durante o trâmite do processo”.
A defesa de Zambelli também alegou que Delgatti seria “mitômano”, mas Paulo Gonet afirmou que “o relato por ele apresentado é coerente com as provas reunidas”.
A PGR refutou a alegação de que Delgatti foi contratado para cuidar das redes sociais de Zambelli, ao afirmar que “não ficou demonstrado nenhum motivo para a contratação de Walter Delgatti, apesar de ele ser publicamente reconhecido como hacker”.
Fonte: revistaoeste