Não. Mamíferos ganham madeixas prateadas porque as células produtoras do pigmento melanina vão se tornando menos eficazes e numerosas com a idade.
Já as cores de diferentes espécies de aves dependem de um número muito maior de mecanismos, vários dos quais não são afetados pelo envelhecimento.
É fato que as aves também produzem pigmentos, como a própria melanina e as psitacofulvinas que dão cor a papagaios e araras.
Mas algumas espécies dependem de carotenoides presentes na comida: os flamingos, por exemplo, só ficam rosa por sua dieta de camarões e algas. Basta comê-los para manter a cor.
Além disso, as cores desses pigmentos podem ser modificadas por um fenômeno óptico chamado iridescência: as penas são revestidas com estruturas de queratina esponjosas que refletem seletivamente a luz.
O azul, por exemplo, é gerado assim, e o verde dos papagaios é a combinação de pigmento amarelo com iridescência azul. Penas de pássaros mais velhos, ao que parece, exibem essa propriedade sem problemas.
A integridade das penas é essencial para manter a eficiência do voo e o isolamento térmico dos pássaros. Qualquer alteração nelas pode gerar maior gasto energético, por exemplo.
“Elas estão o tempo inteiro fazendo manutenção da plumagem, mexendo com o bico, ajeitando as penas para reposicioná-las direitinho, tentando catar parasitas. Sempre que as aves estão descansando, é super comum vê-las pegando o óleo da glândula uropigiana, que fica acima da cauda, e espalhando nas penas”, explica Vitor Piacentini, ornitólogo e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Fonte: abril