Pela primeira vez, um jato civil conseguiu atingir uma velocidade tão alta que quebrou a barreira do som. A aeronave realizou o voo na Califórnia, nos Estados Unidos, e pertence a uma empresa que está desenvolvendo um avião supersônico, projetado para realizar viagens continentais em poucas horas.
O voo ocorreu nesta terça-feira, 29, sobre o deserto, e foi transmitido ao vivo. O XB-1, produzido pela Boom Supersonic, foi projetado para operar em velocidades superiores à do som.
O som é formado por vibrações que se espalham pelo ambiente na forma de ondas extremamente rápidas. Essa velocidade é medida em Mach. No caso do jato, ele atingiu 1,1 Mach (ou seja, 1,1 vez a velocidade do som) a 35 mil pés, o que corresponde a aproximadamente 1,2 mil quilômetros por hora.
Para efeito de comparação, aeronaves comerciais voam geralmente a cerca de 850 quilômetros por hora.
Jatos supersônicos já existem, mas são utilizados exclusivamente no setor militar. O caça F-39 Gripen, da Força Aérea Brasileira (FAB), por exemplo, pode atingir velocidades de até 2,4 mil km/h, o equivalente a duas vezes a velocidade do som.
De acordo com a empresa, o objetivo do teste com o jato é, na verdade, adaptar essa tecnologia para a aviação comercial, possibilitando o transporte de dezenas de passageiros — algo que um caça militar não é projetado para fazer.
Avião supersônico já está encomendado por companhias aéreas
A vem divulgando, desde 2022, seus planos para o Overture, um avião supersônico projetado para transportar até 80 passageiros a uma velocidade de 1,8 mil quilômetros por hora — mais rápido que o som e aproximadamente o dobro da velocidade média dos aviões comerciais tradicionais.
A expectativa é que a nova aeronave consiga reduzir em até 50% a duração das viagens continentais. Por exemplo, um voo de Miami a Londres, que atualmente leva cerca de dez horas, poderia ser realizado em apenas cinco.
O avião ainda está em fase de desenvolvimento, mas já há 130 encomendas de outras companhias, como American Airlines, United Airlines e Japan Airlines.
Fonte: revistaoeste