A vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo (União), registrou um boletim de ocorrência (B.O.) na última quinta-feira, 23, depois de receber ameaças de morte. Os autores das mensagens são fãs do rapper Oruam, chamados por ele de “Tropa do 22”.
As ameaças vieram depois que Amanda — uma das coordenadoras do Movimento Brasil Livre (MBL) e recém-empossada na Câmara de São Paulo — protocolou um projeto de lei para impedir a prefeitura de contratar artistas que exaltem o crime organizado ou as drogas em suas músicas.
No vídeo em que anuncia o projeto, ela afirma que o principal alvo era o rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho. “No que depender de mim, artistas como o Oruam ficarão proibidos de fazer show aqui na cidade de São Paulo com o meu e com o seu dinheiro, como na Virada Cultural”, disse Amanda.
Depois disso, ela passou a ser ameaçada. Por meio de suas redes sociais, a parlamentar mostrou os prints de algumas ameaças.
O rapper reagiu ao projeto. Em vídeos publicados na sua conta do Instagram, ele criticou Amanda com frases que soam como ameaça: “É só tu não falar o meu nome, senão tu vai conhecer o capeta.” Ele ainda convocou seus 8,7 milhões de seguidores para enviar mensagens à parlamentar.
Um dos nomes mais populares do gênero trap no Brasil, Oruam é filho do traficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, que está cumprindo pena de mais de 50 anos por uma série de crimes, inclusive assassinato.
Ele também é sobrinho de Elias Maluco, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes. O rapper costuma exaltar o pai em seus shows e nas letras de suas músicas e tem tatuagens em homenagem a ambos.
Em março do ano passado, Oruam usou o palco do festival Lollapalooza para .
O debate sobre o financiamento público para artistas do trap não é novo. Oruam e outros nomes do gênero, como a dupla WIU e Teto e o MC Lipi, já se apresentaram em eventos da Prefeitura de São Paulo, incluindo a Virada Cultural de 2024.
Muitos desses artistas são conhecidos por letras que exaltam drogas e atividades ilícitas.
Fonte: revistaoeste