O embaixador do Brasil, Benoni Belli, disse ser “fundamental resguardar” os canais de diálogo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela. Ele deu a declaração durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), nesta sexta-feira, 24.
“Precisamos identificar abordagens construtivas para dar encaminhamento nesta questão”, afirmou Belli, sobre a ditadura da Maduro. “Consideramos fundamental resguardar canais de interlocução com as autoridades venezuelanas.”
O embaixador ainda analisou que o “isolamento da Venezuela” no passado só resultou na “redução da nossa capacidade, como região, de buscar a contribuir para a superação da crise no país”. Belli também manifestou preocupação com alegações de perseguição política no país.
“Estamos preocupados com as detenções de lideranças políticas, e defensores de direitos humanos na Venezuela, bem como com as continuadas ações de intimidação com o objetivo de restringir a liberdade de expressão e o pleno exercício do direito a manifestação pacífica de segmentos importantes da sociedade venezuelana”, sinalizou.
As eleições presidenciais de julho de 2024 na Venezuela resultaram em instabilidade política. A vitória de Maduro não foi reconhecida por grande parte da comunidade internacional devido a suspeitas de fraude.
A postura adotada pelo governo brasileiro tem sido de atuar como mediador entre Caracas e a comunidade internacional. No entanto, a relação entre Brasil e Venezuela enfrentou momentos de tensão, especialmente em outubro do ano passado.
Na ocasião, o governo brasileiro barrou a entrada da Venezuela no bloco dos Brics. Este episódio gerou reações inflamadas de Nicolás Maduro, que chegou a comparar Lula a Jair Bolsonaro (PL) e provocou ameaças nas redes sociais contra o petista.
Apesar de não reconhecer formalmente a vitória de Maduro, o governo Lula enviou a embaixadora do Brasil em Caracas para a posse do ditador chavista em 10 de janeiro de 2025.
Fonte: revistaoeste
