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Política

Bolsonaro se declara como o maior líder da direita na América do Sul

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Em entrevista exclusiva ao desta sexta-feira, 24, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse ser o maior líder de direita da América do Sul e se comparou a Donald Trump, recém-empossado presidente dos Estados Unidos.

“Quer alguns queiram ou não, sou o maior líder da direita na América do Sul”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro ainda lamentou não ter ido à posse de Trump na Presidência dos EUA. “Confesso que tinha esperanças, afinal de contas não sou réu”, disse Bolsonaro.

O ex-presidente teve seu passaporte retido pela Justiça, depois de medida instaurada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Como é que pode alguém que não é réu, não tem nenhuma acusação de corrupção, desvio ou falcatrua não poder ir pra fora?”, indagou.

Bolsonaro ainda comparou sua trajetória com a de Trump. “Temos muita coisa em comum”, considerou, ao citar as tentativas de assassinato e a forma com que ambos perderam as eleições presidenciais em seus países.

Para Bolsonaro, os desejos da população brasileira se assemelham aos do povo norte-americano. “Não queremos agenda woke“, exemplificou. “A população do Brasil quer liberdade, respira liberdade.”

“Graças a Deus, Donald Trump se elegeu presidente da república”

Bolsonaro ainda revelou que recebeu convites para permanecer nos EUA quando viajou para o país norte-americano no final de 2022. “Fui tratado como rei nos Estados Unidos”, declarou. “Eram 600 pessoas em média, por dia, tirar fotografia comigo.”

O ex-presidente também disse não ter motivos para sua inelegibilidade. “Qual foi o crime?”, perguntou. “O que ganhei com a reunião com embaixadores? Nada”. No caso do 7 de setembro, ele disse não ter usado nenhuma estrutura do evento para se dirigir à população.

Bolsonaro declarou que estar inelegível por estas acusações é “negar a democracia”. “É o ativismo judicial decidindo as eleições. Quem tem que escolher quem é seu chefe é o povo, não é um juiz do Superior Tribunal Eleitoral.”

“Querem prender Jair Bolsonaro, prender por quê?”, indagou. “Se me botar na cadeia, é abuso de autoridade.”

Bolsonaro citou possíveis presidenciáveis, como Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, além dos familiares Flávio, Eduardo e Michelle Bolsonaro.

No entanto, o ex-presidente manifestou o desejo de retornar ao cargo, “uma coisa parecida com o Trump”, desde que tenha ao menos metade do Congresso ao seu lado.

Ele ainda reafirmou que o candidato a presidente deve ter força em todas as regiões. “O Tarcísio está fazendo um ótimo trabalho em São Paulo, mas ele tem entrado no Nordeste?”, indaga, como exemplo.

Bolsonaro também comentou as eleições para a Presidência do Senado, nas quais concorrem Davi Alcolumbre (União-AP), apoiado pelo ex-presidente e pelo PL; Marcos Pontes (PL-SP), que busca candidatura independente do partido; e Eduardo Girão (Novo-CE).

“Davi Alcolumbre está eleito”, cravou. “É como uma final de Copa do Brasil entre Flamengo e CRB de Alagoas.”

O ex-presidente recordou a tentativa de eleição de Rogério Marinho (PL-RN) à Presidência da casa, com o apoio dos partidos de direita.

No entanto, Marinho foi derrotado e, assim, o PL não contou com cargos na mesa diretora e Presidência de comissões. “Se quiser convocar um ministro, você não pode”, explica Bolsonaro.

Davi Alcolumbre
Davi Alcolumbre É Candidato À Presidência Do Senado | Foto: Divulgação/Senado Federal

Para Bolsonaro, com senadores de direita presentes na mesa diretora e nas comissões, se intensifica a pressão para avançar pautas alinhadas aos conservadores, como a anistia aos presos do 8 de janeiro.

“Não quero esperar anistia para o futuro presidente de direita, caso seja eleito em 2026”, declarou. “Tem um pessoal preso aqui que é uma tortura, cada segundo para eles é uma eternidade.”

Bolsonaro criticou seu correligionário Marcos Pontes, mesmo sem citar seu nome. “Nunca joguei para cima de ninguém que se elegeu por minha causa”, disse Bolsonaro, que recordou que optou pelo astronauta em vez de Marco Feliciano (PL-SP). “Há pouco tempo atrás, [Pontes] não conseguiu se eleger deputado federal pelo PSB.”

O ex-presidente também relembrou que o apoio do PL a Arthur Lira (PP-AL) na eleição à Presidência da Câmara possibilitou a nomeação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) à Presidência da Comissão de Educação.

Bolsonaro rechaçou a tese de que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado. “Não tinha um soldado na rua, o pessoal quer fazer uma vinculação comigo”, disse. “Uma velhinha com a bandeira do Brasil nas costas e a Bíblia debaixo do braço, isso é terrorismo, ser golpista?”

O ex-presidente ainda se colocou em defesa dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. “Mais importante do que a própria vida é a liberdade”, declarou. “Não é justo mulheres, avós, quase bisavós condenadas por uma coisa que não fizeram, em um julgamento onde o juiz que condenou não ouviu o advogado e não houve o devido processo legal.”

“Essas pessoas que estão presas são avós, mães, pais de várias crianças, nunca viram uma arma de fogo na frente, e são acusados de golpistas e mudar de forma violenta o Estado democrático de direito, isso é uma mentira”

O ex-presidente clamou por uma pacificação nacional, a fim de anistiar os presos. “Ninguém acredita mais que essas pessoas queriam dar um golpe, não se dá um golpe em um domingo, sem ter um líder, não ter liderança”, aponta. “Querem falar que eu tentei dar um golpe dos Estados Unidos, ao lado do Pateta e do Mickey? Isso é uma palhaçada.”

Bolsonaro recorda que o presidente da Abin à época recebeu mais de 30 alertas de risco de quebra-quebra no Planalto e nada fez, enquanto Flávio Dino, então ministro da Justiça, não divulgou as imagens dos sistemas de segurança. “Se o golpe é do Bolsonaro, que mostre as imagens.”

A AGU também solicita a transferência de sete veículos, quatro motocicletas e dois imóveis dos réus do 8 de janeiro para a União | Foto: Reprodução/Twitter/X/@splucasaugusto
A Agu Também Solicita A Transferência De Sete Veículos, Quatro Motocicletas E Dois Imóveis Dos Réus Do 8 De Janeiro Para A União | Foto: Reprodução/Twitter/X/@Splucasaugusto

Bolsonaro criticou o inquérito das fake news, que completa sete anos em março. “Um inquérito que não teve nem sorteio”, disse. “O Ministério Público foi contra isso, e continua contra até hoje.”

Ele cita o caso do general Walter Braga Netto, seu candidato a vice-presidente nas eleições de 2022 e que se encontra preso pelo inquérito do suposto golpe de Estado. “Se o Braga Netto é tão culpado assim, que haja o devido processo legal, e assim tem que ser, avalia. “Não podemos ter esse tipo de julgamento no Brasil, os advogados são ignorados.”

Bolsonaro chamou o suposto plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, pelo qual é citado no inquérito, de “absurdo” e “inexequível”.

“O governo Lula acabou, só resta para o PT a farsa da defesa da democracia”, disse Bolsonaro. O ex-presidente ainda indagou se “salvar a democracia” seria “colocar [a Presidência] no colo desse cara que chama o Trump de nazista e acha que o Hamas não é um grupo terrorista.”

“O PT não teve povo nem durante as eleições”, diagnosticou Bolsonaro, que definiu que o governo Lula não teve apoio popular nem em seu primeiro ano de governo, época chamada de “lua-de-mel” no jargão político. “No primeiro ano, onde o presidente vai, o povão vai atrás. Ele não saiu, não foi a lugar nenhum, não era bem-recebido em nenhum lugar.”

Fonte: revistaoeste

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