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Ciência & Saúde

Cientistas atualizam posição dos polos magnéticos da Terra: entenda a novidade

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Se você já pegou um voo e chegou no destino correto, agradeça ao World Magnetic Model (WMM). O WMM mapeia as mudanças do campo magnético terrestre – e acaba de ser atualizado com a nova localização do polo norte magnético, que se deslocou no Oceano Ártico em direção à Rússia.

O WMM é um modelo produzido pela Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) dos Estados Unidos e pelo Centro Geográfico de Defesa (DGC) do Reino Unido. Para entender a necessidade de acompanhar o campo magnético terrestre e por que ele se movimenta, temos que voltar um pouco nas aulas de geografia e física da escola.

Polo magnético vs polo geográfico

A noção de Norte e Sul foi construída historicamente, mas o Norte que é usado na geografia não é completamente alinhado ao Norte magnético da Terra. O Polo Norte geográfico é um lugar fixo, onde todas as linhas de longitude se encontram, no oceano Ártico. Mas se você resolvesse seguir uma bússola radicalmente em direção ao norte, não chegaria exatamente nesse local.

Nos últimos séculos, o Polo Norte magnético da Terra esteve situado no Ártico canadense e se movimentou gradualmente para o norte e para o leste. Agora, com a atualização de 2025, ele está mais próximo da Sibéria do que do Canadá.

Essa variação é natural e sempre ocorreu, por causa do movimento dos líquidos metálicos no núcleo da Terra. A rotação terrestre e outros fenômenos físicos, como a convecção térmica e a força de Coriolis, fazem com que esses metais condutores estejam sempre se movimentando. E, se você se lembra das aulas de física, sabe que isso cria correntes elétricas – que, por sua vez, criam campos magnéticos com dois polos. 

Essas mudanças sutis e constantes na localização dos polos são majoritariamente imprevisíveis, ainda mais no longo prazo. A atualização não significa que os cientistas mudaram nada no campo magnético da Terra em si, mas na forma que lemos os dados. 

As bússolas, por exemplo, não precisam passar por atualização nenhuma, porque continuam indicando a direção do Polo Norte magnético. Entretanto, o que mudou foi o próprio polo: se fosse possível seguir a direção apontada pela bússola indefinidamente, hoje você chegaria a um local diferente do que chegaria há alguns anos atrás.

Na prática, o que a atualização faz é reajustar os dados para que estejam orientados em relação às novas características do campo magnético. Embora a diferença seja pequena para navegação de pequena escala, como a que você faz para uma rota de carro, por exemplo, a precisão é bem importante no cálculo de rotas marítimas e aéreas. Como esses veículos não seguem o traçado de estradas, a navegação pode errar o cálculo da rota ao se guiar por informações distorcidas da malha magnética.

No mapa abaixo, o local marcado com um asterisco (perto do número -60º) é o Polo Norte magnético. Ao seu redor, as manchas cinza e cinza escuro indicam locais em que a bússola já não é tão confiável. Essas regiões já são tão perto do pólo magnético terrestre que a própria bússola se confunde, e os navegadores precisam utilizar outros métodos para se orientarem. 

Imagens estereográficas polares árticas de declinação com o polo magnético de dipolo norte e a zona de blecaute indicados
(NOAA NCEI (National Centers for Environmental Information)/Reprodução)

Como é possível saber como era o campo magnético da Terra há séculos?

O vídeo abaixo, produzido pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, mostra as variações no polo norte magnético da Terra de 1590 pra cá.

Quando se fala nesse tipo de medição antiga, sempre tem um espertinho ou espertinha para perguntar “como sabem esse número se não tinha ninguém lá para medir?”. Bom, acontece que os campos magnéticos deixam registros nas rochas durante a sua formação. 

A coisa só funciona com rochas que contenham minerais ferromagnéticos. Quando estão muito quentes, os materiais ficam alinhados com o campo magnético a nível molecular – e, ao esfriar, as rochas guardam essa orientação.

Assim, é possível encontrar informações sobre a intensidade e a direção dos campos magnéticos do passado nessas rochas, uma área do conhecimento chamada paleomagnetismo. Junto com outras técnicas de datação radiométrica, os cientistas conseguem reconstruir a linha do tempo do campo magnético terrestre e voltar até 160 milhões de anos no tempo. 

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Fonte: abril

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