No ano passado, há três dias da tão sonhada celebração de formatura, os estudantes receberam o informe da empresa Eventeria Cia de Eventos que não haveria a festa. Pais ficaram indignados, alunos tiveram crises de ansiedade, mas não havia o que fazer, o tão esperado 20 de dezembro, transformou-se em data pesadelo.
O caso ganhou repercussão na mídia local e diante da proporção que a situação tomou, muitas empresários doaram valores para a realização da cerimônia, com o apoio da Seduc.
E como prometido, a festa saiu no dia 17 de janeiro no Centro de Eventos do Pantanal. Com roupa de gala, os formandos celebraram o fim do 3º ano e fecharam o ciclo escolar. No entanto, ao longo do evento o que pairou pelo local, não foi a sensação de dever cumprido, mas o descontentamento e sentimento de derrota, por não identificarem no local, aquilo que haviam idealizado há meses.
O representante do grêmio estudantil Layan de Moura destacou que sua família gastou em média R$ 2.300 por cada mesa para a festa. Ele e outros 95 formandos pagaram ao longo de todo o ano de 2024, parcelas para a tão sonhada comemoração. Juntos pensaram nos mínimos detalhes, como o cardápio, os DJs, a decoração e as músicas de entrada. Mas nada disso saiu como o planejado, pelo contrário. Apesar do esforço, a festa do dia 17, lembrou muito cada frustração.
“O que a gente percebeu de mudança foi o cardápio, que a gente havia decidido uma coisa no começo do ano. Ficou faltando também a decoração, porque havia sido prometido aquela decoração tipo de baile mesmo, entendeu? Vários arranjos lá de fora, frases motivacionais que a gente pediu para que colocassem para os alunos. Foi uma coisa assim, bem meia boca. O que salvou da festa foi só os DJs”, contou e ainda completa:
“Eles deixaram pra avisar sobre o baile 10 dias antes. E assim, foi uma correria de última hora. Eles queriam que a gente apressasse, fizesse as coisas às carreiras, vestimentas, músicas. O professor que estava cuidando para nós, ele simplesmente disse que o cerimonial não ia tocar as nossas músicas, porque o tempo da entrada seria curto. Só que na hora lá a gente demorou quase uma hora e meia para conseguir entrar. Estava marcado para as oito horas, aí foi jogado por oito e meia, acabou que a gente foi entrar praticamente dez horas da noite”.
Caroline Vitoria Dias preferiu nem ir ao evento. “Eu optei por não ir à festa no dia 17 porque eu já havia desanimado. A gente já tinha idealizado um cenário da festa que ia ocorrer no dia 20 de dezembro. Depois que a gente recebeu a notícia do calote, ficou todo mundo muito frustrado. Tive uma crise de ansiedade. A gente fica desamparada, porque era um sonho que a gente planta ao longo do ensino médio e é um fechamento de ciclo, a passagem para a vida adulta. Quando eu soube, realmente fiquei sem chão”.
Os alunos tentam contato com a Eventeria Cia de Eventos desde o cancelamento da festa, mas até o momento não receberam nenhuma posição quanto à devolução do dinheiro investido. A empresa chegou a realizar a solenidade de colação de grau dos formandos no dia 12 de dezembro, o que de fato não foi executado foi o baile.
“Não tivemos nenhum retorno da empresa. Tinha sido acordado no início que era para ter uma planilha na qual a empresa se comprometeria a pagar o valor que cada pai investiu na formatura. Ia começar agora em janeiro, mas a gestão da escola não falou mais nada a respeito disso. Nós já ingressamos com uma ação. E assim, quando a gente vai falar alguma coisa lá na escola, a gente procura a posição da empresa, e por enquanto a gestão só fala que não tem nada de concreto para falar”, contou Layan.
Enquanto o prejuízo material não é estornado, o jeito é esperar pela próxima festa de formatura, seja do futuro jornalista, ou da agora estudante de direito. “Sonho muito”, revelou Caroline.
O entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) que informou que a festa do dia 17, foi doada por um empresário da cidade que se solidarizou com a situação dos alunos. Segundo a secretaria, o apoio da Seduc e da escola foi apenas institucional e orientativo.
A reportagem também contatou a diretora da Escola Adalgisa para compreender como está sendo conduzido o diálogo com a empresa
Eventeria Cia de Eventos, mas não obteve respostas até o momento. O espaço segue aberto.Fonte: leiagora