O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à metade do mandato com apenas 28% das 103 promessas da campanha eleitoral de 2022 cumpridas, de acordo com do jornal Folha de S.Paulo. Em 2023, este número era de 20%.
Além disso, são 29% as que estão em andamento; 25% as que já foram iniciadas, mas andam em ritmo lento, e 17% paradas (a soma dos percentuais chega a 99% devido ao arredondamento dos índices).
Nesse ritmo, segundo o jornal, o petista cumpriu uma promessa a cada 26 dias de mandato, ritmo mais lento do que a média hipoteticamente ideal, de 14 dias. Em 2023, a velocidade foi de uma a cada 19 dias.
As promessas de Lula foram listadas pela Folha a partir do programa de governo do petista, das propagandas eleitorais, da carta de compromissos lançada em 27 de outubro e de entrevistas dadas à imprensa durante o pleito.
Lula lançou nessas plataformas e em declarações ao menos 103 propostas em áreas como economia, agricultura, educação, saúde e segurança pública, além de questões políticas, como a organização de ministérios. O status atual das promessas foi obtido pelo jornal por meio de informações dos órgãos do próprio governo.
Em números absolutos, Lula tem:
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Entre as áreas com mais promessas concluídas, destacam-se economia (12), cultura, saúde, segurança e temas políticos (com duas em cada).
As propostas em andamento são lideradas pelo setor social (seis), seguido por economia e infraestrutura (cinco cada). Já as promessas paradas estão concentradas em segurança (quatro), temas políticos e economia (três cada), além de saúde e educação (duas cada).
As áreas com maior lentidão incluem meio ambiente e economia (cinco promessas cada), além de segurança (quatro).
Procurado pela Folha, o governo federal destacou, por meio da Secretaria de Comunicação Social (Secom), que desde o início da gestão o foco tem sido supervisionar e recuperar políticas públicas e sociais para enfrentar áreas críticas.
Reiterou que a abordagem da administração tem como objetivo “o estabelecimento de bases sólidas para o desenvolvimento futuro, com um compromisso claro em melhorar as condições de vida das pessoas de maneira ampla e sustentável”.
“O governo procura integrar diversas ações, articulando diferentes áreas políticas para garantir que seus impactos sejam duradouros e tenham efeitos diretos na vida dos brasileiros, especialmente nas populações mais vulneráveis”, afirmou o Palácio do Planalto à Folha.
Algumas promessas inicialmente classificadas como de execução lenta em 2023 foram rebaixadas para paradas em 2024. É o caso da reversão da privatização da Eletrobras, que constante no plano de governo de Lula. Depois de tentativas frustradas de aumentar o controle federal sobre a empresa, o tema foi deixado de lado.
Outro exemplo é a reconstrução do Sistema Único de Assistência Social (Suas), que avançou apenas parcialmente. Embora o governo tenha investido R$ 3,4 bilhões no Suas em 2024, não houve mudanças significativas na estrutura ou dinâmica do sistema.
Outras grandes promessas, como a retirada do Brasil do mapa da fome, a retomada da reforma agrária, a criação de uma nova legislação trabalhista e o desmatamento líquido zero, permanecem sem avanços significativos.
Já a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil foi encaminhada no fim de 2024, porém pode enfrentar entraves no Congresso.
Por outro lado, compromissos como o aumento do investimento no Bolsa Atleta, o programa Pé-de-Meia (bolsa para quem concluir o ensino médio), o Desenrola Brasil (renegociação de dívidas) e a criação de estoques reguladores de alimentos foram cumpridos em 2024.
Fonte: revistaoeste