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Política

Governador de MT propõe instalação de câmeras em juízes; tribunal contesta decisão do ‘vale-peru’

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O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União-MT), causou indignação entre juízes e desembargadores ao sugerir a instalação de câmeras para monitorar políticos e membros do Judiciário. A declaração ocorreu durante uma entrevista à Rádio CBN, na qual Mendes discutiu a transparência e a vigilância a todos os agentes públicos, incluindo governadores, prefeitos, além de magistrados. 

Na entrevista, Mendes mencionou o uso de câmeras nas fardas de policiais. Ele afirmou que, se é necessário monitorar policiais por erros de uma minoria, o mesmo deveria valer para os demais servidores públicos.

“Se nós vamos botar câmeras, porque um ou dois policiais, ou 1%, 2%, cometem alguma coisa errada, vamos colocar a câmera em todo mundo, para vigiar todo mundo”, defendeu o governador.

Mauro Mendes também mencionou um escândalo que envolve a , que resultou no afastamento de desembargadores.

“Ei, mas tem juiz que também vende sentença, foi flagrado vendendo sentença, desembargador vendendo sentença”, ressaltou. “Então, vamos botar câmera em todos os juízes, em todos os desembargadores”, disse, referindo-se à corrupção no Judiciário estadual.

Confira a entrevista de Mauro Mendes na íntegra:

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) está sob escrutínio pelos altos salários de seus desembargadores, que podem ultrapassar o teto constitucional.

Em nota, a entidade judicial considerou as declarações do governador um ataque direto. O presidente do órgão, José Zuquim Nogueira, classificou o episódio como “lamentável”, sugerindo falta de cuidado nas palavras de Mendes.

“Não se pode admitir que o chefe do Poder Executivo, em uma entrevista pública, coloque em dúvida a honra e a honestidade de todos os membros do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, como ocorrido”, disse Nogueira.

O contexto inclui a decisão do tribunal de , em dezembro do ano passado. O episódio intensificou a controvérsia. A desembargadora em atividade em 2024, Clarice Claudino da Silva, que autorizou o ‘vale-peru’ e ganha R$ 130 mil líquidos por mês, não se manifestou. sobre o assunto

Também em resposta ao governador, a Associação Mato-Grossense de Magistrados disse que Mendes “insinuou comportamentos incompatíveis com a honra das funções judiciais”. A instituição avisou que tomaria “providências judiciais cabíveis” para evitar tentativas de deslegitimar entidades como o Judiciário, o qual considera “pilar da democracia”.

As informações são de Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: revistaoeste

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