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PolĂ­tica

‘Alemanha: Jornalista denuncia Alexandre de Moraes como ditador no Brasil’

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Nos Ășltimos anos, polĂ­ticos, jornalistas e ativistas estrangeiros tĂȘm se unido aos brasileiros na luta pela liberdade de expressĂŁo e contra decisĂ”es do Supremo Tribunal Federal (). A deputada norte-americana chegou a exibir uma foto do ministro Alexandre de Moraes, durante uma audiĂȘncia na CĂąmara dos Representantes dos Estados Unidos, sobre as violaçÔes de liberdades no Brasil, em dezembro do ano passado.

A ativista alemĂŁ Naomi Seibt, por sua vez, . Para alguns, no entanto, essas crĂ­ticas quase custaram caro. É o caso, por exemplo, do jornalista portuguĂȘs Sergio Tavares. Em fevereiro de 2024, a PolĂ­cia Federal (PF) (SP).

A deputada republicana María Elvira Salazar exibindo uma foto do ministro Alexandre de Moraes durante sessão sobre liberdade de expressão nos Estados Unidos - 7/5/2024 | Foto: Reprodução/Redes sociais; Lula Moraes
A deputada republicana María Elvira Salazar exibindo uma foto do ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante sessão sobre liberdade de expressão nos Estados Unidos — 7/5/2024 | Foto: Reprodução/Redes sociais
jornalista portuguĂȘs - SĂ©rgio Tavares - PF passaporte
Por orientação do advogado, Tavares manteve-se em silĂȘncio durante interrogatĂłrio | Foto: Reprodução/@canal_sergiotavares2
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Naomi Seibt, a jovem ‘anti-Greta Thunberg’ | Foto: Reprodução/Redes sociais

À Ă©poca, ele veio participar da manifestação pela liberdade, na Avenida Paulista, na cidade de SĂŁo Paulo. Em setembro do mesmo ano foi a vez da jornalista alemĂŁ Vicky Richter. Ela conta que a PF reteve seu passaporte no Aeroporto Internacional de BrasĂ­lia, depois de ela tentar entrevistar Moraes.

Vicky, contudo, afirma estar impressionada com o patriotismo dos brasileiros, mas assustada com algumas decisĂ”es da Suprema Corte. Com o objetivo de mostrar ao mundo a luta de parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva, a jornalista alemĂŁ decidiu produzir o documentĂĄrio Fora Moraes — A Luta do Brasil pela Liberdade, que deve ser lançado em março deste ano. Ela afirma que “o mundo precisa ver o que estĂĄ acontecendo no paĂ­s”.

O caso ocorreu em setembro de 2024, quando Vicky veio ao Brasil para gravar entrevistas para o documentário Fora Moraes — A Luta do Brasil pela Liberdade | Foto: Reprodução/Redes sociais
O caso ocorreu em setembro de 2024, quando Vicky veio ao Brasil para gravar entrevistas para o documentário Fora Moraes — A Luta do Brasil pela Liberdade | Foto: Reprodução/Redes sociais

“O mundo, quando pensa no Brasil, imagina pessoas felizes”, afirma Vicky. “Pensa em Copacabana, samba, futebol, sol, praia. Mas a verdade Ă© que os brasileiros sofrem com um ditador que pensa que pode colocĂĄ-los na prisĂŁo, que pode executar e fazer leis.”

A , Vicky falou sobre o documentårio que estå produzindo e sobre sua atuação no jornalismo independente.

Confira os principais trechos da entrevista.

Em 2021, fui convidada para entrevistar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Fui uma das primeiras jornalistas internacionais a mostrar ao mundo como ele realmente Ă©. As mĂ­dias sociais o pintam como uma pessoa maligna. Viajei ao Brasil com um colega para ver qual era a situação real. Meu trabalho como jornalista nĂŁo Ă© criar uma ideia sobre uma pessoa antes de conhecĂȘ-la. Estive na manifestação do dia 7 de setembro de 2021, na Avenida Paulista. Nunca vi nada igual. Sou alemĂŁ e patriota e gostaria de ver isso em meu paĂ­s. Isso fez eu adorar os brasileiros. Depois, em 2024, quando veio Ă  tona o caso dos Twitter Files, tive a oportunidade de conhecer vĂĄrios jornalistas exilados do Brasil, por meio de meu trabalho nos Estados Unidos. Li o artigo do jornalista Michael Shellenberger sobre o Brasil e pensei: “Por que ninguĂ©m estĂĄ falando disso na Europa?”. EntĂŁo, fui uma das primeiras pessoas a escrever um artigo em alemĂŁo sobre a censura no Brasil. Em 7 de setembro de 2024, voltei ao Brasil para outra manifestação, em SĂŁo Paulo. Depois, deputados brasileiros me convidaram para ir a BrasĂ­lia. Consegui fazer algumas entrevistas. Conheci o Congresso brasileiro. Falei com os deputados federais Marcel van Hattem (Novo-RS), Bia Kicis (PL-DF) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Decidi publicar essas entrevistas. Mas, depois, pensei: “NĂŁo, os brasileiros merecem mais”. EntĂŁo decidi fazer o documentĂĄrio. O que ocorre no Brasil merece um roteiro chamado Ideologia Socialista e Comunista.

Começou em 2021, quando fui convidada pela administração de Bolsonaro para viajar ao Brasil. O problema que o ex-presidente brasileiro enfrentou Ă© o mesmo de Donald Trump. A imprensa internacional afirma que eles sĂŁo pessoas mĂĄs. No entanto, ele Ă© uma pessoa muito humilde. Sinto-me muito honrada de conhecĂȘ-lo. Ele me recebeu muito bem. Nunca me esquecerei disso.

Denuncio o tråfico de sexo infantil nos EUA, no México e na fronteira entre esses dois países. Tento mostrar ao mundo esses crimes. Procuro saber por que isso estå aumentando e por que ninguém estå falando disso. A mídia não estå cobrindo esses casos porque hå muitos poderosos envolvidos. Luto para denunciar a cirurgia de mudança de sexo em crianças. Trabalho com o jornal independente Urban Scoop, do Reino Unido. Damos às pessoas uma voz. Buscamos a verdade. Então, quem desejar conferir, por favor, é .

Como mencionei, em setembro de 2024, entrevistei vĂĄrios parlamentares. TambĂ©m tentei falar com polĂ­ticos de esquerda. Pensei em conversar com o ministro Alexandre de Moraes. Queria saber por que ele pensa que tem o direito de punir e censurar as pessoas. Pensei em fazĂȘ-lo porque esse Ă© o meu trabalho como jornalista. Quando eu estava no escritĂłrio do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), usei o telefone para ligar para Moraes. No entanto, parece que o gabinete dele bloqueou o nĂșmero de Gayer. Isso Ă© estranho, porque vocĂȘ deveria ter a oportunidade, quando vocĂȘ Ă© um membro do Congresso, de falar com um juiz da Suprema Corte. É o que penso. Talvez nĂŁo seja o que Moraes pensa. Pegamos outro telefone e tentamos ligar, e a chamada entrou. Era uma assistente do ministro. Solicitamos a entrevista e ela disse para enviar um e-mail. Escrevi, mas negaram a entrevista. Quando tive de voltar aos Estados Unidos, uma senhora pegou meu passaporte no Aeroporto de BrasĂ­lia e disse: “Temos um problema”. Disseram-me que eu havia entrado no Brasil ilegalmente. Eles chegaram a conversar pelo telefone com alguĂ©m. Depois de alguns minutos, devolveram meu passaporte. NĂŁo acredito em coincidĂȘncias. É estranho quando vocĂȘ liga para o gabinete de um juiz da Suprema Corte e, de repente, seu passaporte Ă© retido. Acredito ser uma forma de eles silenciarem os jornalistas estrangeiros, pois nĂŁo foi a primeira vez que isso ocorreu.

Cerca de 40 minutos depois de eu tentar entrar em contato com Moraes, recebi uma mensagem no Instagram de um jornalista da Revista FĂłrum. Ele me perguntou se estava fazendo um documentĂĄrio sobre o Brasil. A princĂ­pio, achei estranho. Apenas respondi que sim. Logo, ele me perguntou se penso que nĂŁo hĂĄ liberdade de expressĂŁo no Brasil. NĂŁo respondi. Minutos depois, ele escreveu um artigo no qual me chamou de “extremista de direita”, “bolsonarista” e de que eu era uma pessoa muito ruim. Isso Ă© engraçado, porque nĂŁo posso ser “bolsonarista”. NĂŁo voto em Bolsonaro. NĂŁo sou uma cidadĂŁ brasileira.

Talvez seja lançado no mĂȘs de março, porque ainda estou traduzindo as entrevistas. A maioria delas estĂĄ em portuguĂȘs e quero mostrĂĄ-las ao mundo. Vai ser publicado no Twitter/X e no YouTube. Farei o possĂ­vel para que os brasileiros tenham acesso ao material.

Fonte: revistaoeste

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