Se trata de um projeto arquitetônico de um edifício público e coletivo, que também é praça, espaço de aprendizagem, ateliê, galeria de arte e espaço de eventos. Toda a estrutura busca fomentar a prática de técnicas artísticas manuais, que, segundo ele, vem se perdendo nesta era de tecnologia e inteligência artificial.
Renan conta que participou do concurso do Conselho, porque viu a possibilidade de apresentar sua capacidade técnica, dentro da temática que gostaria de abordar. Acrescenta ainda que existem muitos concursos voltados a profissionais da área, e que o de TCC é uma forma de incentivo ao recém-formado.
“Quem não participou de concursos durante a graduação, tem uma oportunidade de entender como funciona. Além disso, o concurso serve como uma vitrine para apresentar ao mercado o profissional recém-formado. Creio que possuir a premiação de um concurso no currículo é algo que chama a atenção dos recrutadores, e conta pontos em processos seletivos”, ressalta.
A presidente do CAU/MT, Lise Bokorni, ressalta que a iniciativa tem por objetivo estimular o conhecimento, o uso de processos criativos e a difusão das melhores práticas em Arquitetura e Urbanismo, integrando e valorizando os futuros arquitetos. Pretende-se também fomentar, aproximar e inserir as questões da boa formação profissional, em face da regulamentação do exercício da atividade profissional e da arquitetura e urbanismo no Mato Grosso, destacando aspectos inovadores e de excelência.
O projeto
A topografia acidentada do terreno foi o primeiro principal desafio enfrentado por Renan durante o desenvolvimento do projeto. Isso porque o terreno possui mais de 10 metros de desnível, em duas direções. “No entanto, a situação se tornou um dos pontos chave do projeto, pois permitiu o escalonamento do edifício e a criação das praças em níveis com vista para a cidade”, explica.
A escolha do terreno foi influenciada pela vista panorâmica de Cuiabá e do pôr do sol, que foram enriquecidos pelo paisagismo e pela arborização, possibilitada pela altitude e pela topografia em declive. “Isso permitiu a construção do edifício em níveis que funcionam como mirantes para a paisagem. Além disso, sua localização estratégica, próxima das Avenidas Miguel Sutil e Historiador Rubens de Mendonça, assegura fácil acesso a toda a cidade por meio do transporte público”, enfatiza.
A integração entre os espaços internos e externos da escola, localizada no bairro Bosque da Saúde em Cuiabá, é fluída e não possui barreiras físicas, além de percursos e vistas que destacam a paisagem da capital. Essa memória nostálgica da infância em arquitetura foi desafiadora para o profissional. “Precisei unir as espacialidades, cheiros, luzes e cores de um ateliê que frequentava, adicionando a isso, elementos arquitetônicos que sempre quis trabalhar, como passarelas, espelhos d’água, jardins suspensos e outros”.
O projeto conta com espaço adequado para armazenamento de obras e materiais artísticos, exposições em galeria e ao ar livre, biblioteca e loja de materiais artísticos. “Os espaços públicos podem sim ter projetos com sensibilidade, que pensam efetivamente na experiência sensorial do usuário através da beleza da paisagem, das sensações, dos percursos, e dos usos que podem existir em um espaço público de aprendizagem”, finaliza.
Fonte: leiagora