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Ciência & Saúde

Punk e Emo: Revolução Musical contra o Mainstream – Descubra os Fósseis do Gênero

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Dois fósseis de moluscos anciões, mas com um look assaz anárquico, foram batizados de Punk e Emo e acabam de revelar que esses seres são bem mais complexos e adaptáveis do que se imaginava anteriormente. A pesquisa foi publicada na revista Nature ontem (8). 

Os moluscos são animais invertebrados que vivem tanto na água como na terra firme. Seu filo, Mollusca, é o segundo mais diverso em espécies, incluindo lulas, ostras, polvos e caramujos. É uma ironia do destino que Lula Molusco e o Gary, de Bob Esponja, sejam primos.

Punk e Emo, por sua vez, são exemplares raros de moluscos que viveram cerca de 430 milhões de anos atrás, no período Siluriano. Como bons anarcopunks, são ingleses e foram encontrados em Herefordshire, um condado na zona oeste da Inglaterra.

Tal como a banda britânica Sex Pistols rosto do movimento punk , os moluscos também estrelaram em casas de show escuras (conhecidas como o fundo do mar) entre o território inglês e o País de Gales. 

A descoberta desses dois carinhas foi esclarecedora para os estudiosos da evolução desses animais, especialmente no que diz respeito ao grupo Aculifera, que inclui estranhas criaturinhas ovais chamadas quítons, dentre outras bizarrices.

Mark Sutton, do Departamento de Ciências da Terra e Engenharia do Imperial College London, fez parte da pesquisa e foi responsável por gerar as imagens 3D dos fósseis. O cientista ficou surpreso com os “moicanos” cobrindo o corpo das lesmas que, na verdade, eram espinhos. 

Ao jornal The New York Times, Sutton explicou que um deles tinha o cabelo para cima, do jeitão Supla, e acabou se chamando Punk. Já Emo foi batizado por causa dos espinhos penteados para baixo, tal como as franjinhas típicas do gênero. Na publicação final do artigo, as espécies foram oficializadas como Punk ferox and Emo vorticaudum. 

O curioso sobre fósseis desse tipo é que eles ficam escondidos a olhos destreinados. São encontrados no interior de pedras arredondadas e lisas, que, quando quebradas, revelam os vestígios dos animais.

É preciso observar as pedras em tomógrafos antes de abri-las para saber se há mesmo algo dentro e, caso haja, descobrir qual é a melhor maneira de proceder. 

Em caso positivo, o próximo passo é ir fatiando a rocha em seções menores que um milímetro enquanto um raio X determina precisamente as fronteiras entre o animal mineralizado e a rocha comum ao seu redor. Camada por camada.

Então, esses raios X bidimensionais são “costurados” juntos para gerar uma visualização 3D do animal (que é particularmente impressionante neste caso, já que moluscos não têm ossos e estes, especificamente, não tem conchas: é muito difícil encontrar partes moles preservadas).

 

“Nós trituramos uma fatia de cada vez, tiramos uma foto, repetimos em intervalos de 20 mícrons ou mais e basicamente destruímos [a amostra], mas digitalizamos o fóssil à medida que avançamos”, disse Sutton para o jornal americano. No final de tudo, o fóssil original é uma pilha de poeira.

“Recuperar fósseis excepcionalmente bem preservados e revelar detalhes dos tecidos moles é extremamente raro”, explica Sutto para o Oxford Earth Science. Os  “fósseis virtuais” – modelos digitais 3D – ajudaram a mudar o olhar dos pesquisadores sobre a evolução desses bichinhos.

Os moluscos Aculifera, muito antigos, são menos conhecidos e presentes no imaginário popular do que seus parentes do subfilo Conchifera– que vão de caracois a lulas  –, o que levou os cientistas a partirem da premissa que sua vida era simples e primitiva, com poucas evoluções notáveis em comparação com o resto da família.

Esses Aculifera — estrelas do rock alternativo — revelam que o subgrupo “era mais variado nos ambientes marinhos antigos do que nos atuais” no que diz respeito às táticas de locomoção, captura de alimento e defesa, explica o co-autor Derek Siveter, da Universidade de Oxford, também para o Oxford Earth Science

Fonte: abril

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