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Política

Ibaneis critica STF e elogia Tarcísio para 2026 em meio a críticas ao governo Lula.

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Em entrevista à revista Veja nesta sexta-feira, 10, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), avaliou os desdobramentos dos atos de 8 de janeiro, criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu uma aliança de centro-direita para a eleição presidencial de 2026.

Ibaneis foi o primeiro político punido pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando foi afastado temporariamente do cargo por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele avalia que ainda há um ambiente de “extremo radicalismo” no país e que as responsabilidades sobre o episódio não devem recair apenas sobre o Distrito Federal.

“A culpa não é só de Brasília”, defendeu-se, ao citar que outras instituições também devem ser responsabilizadas. Ibaneis recorda que, em nenhum momento, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal detectaram que aquelas pessoas “vinham com o sentimento de quebrar tudo”.

O governador também criticou algumas decisões do Supremo no caso. “É fato que algumas decisões do STF também têm colocado mais lenha na fogueira do que ajudado a pacificar”, em referência às penas aplicadas aos condenados pelos atos de vandalismo.

“Essas condenações que têm ocorrido, com penas de 17, 18 anos, são extremadas”, criticou o governador, que acredita que os vândalos estavam “insuflados pela turma da ‘extrema direita’” e que não tinham intenção de dar um golpe de Estado.

Com seus olhos voltados para 2026, Ibaneis Rocha defendeu que o Brasil precisa de um candidato que una as forças de centro e centro-direita, afastando-se tanto de Jair Bolsonaro quanto da esquerda.

“A pacificação não vai ocorrer entre o grupo de Bolsonaro e o STF”, acredita. “São os políticos mais voltados ao centro que vão terminar conduzindo o país rumo a essa direção, porque a política extremada não caminhou bem.”

Ibaneis Rocha ainda reforça a necessidade de um caminho político que una forças de centro-direita e não dependa exclusivamente de Bolsonaro. “Vai chegar um momento em que o Bolsonaro terá de sentar na mesa com os partidos políticos, porque ele não vai querer perder o espólio sem deixar o sucessor”, disse.

Embora não descarte completamente uma reaproximação do ex-presidente com os partidos, ele acredita que precisará se adaptar. “Dificilmente o Supremo vai reverter a inelegibilidade”, acredita. “Esse discurso de que é candidato é a defesa política dele, já a defesa jurídica acho mais complicada.”

Ibaneis Rocha se posiciona como articulador deste novo bloco político que pretende enfrentar Lula em 2026, com a defesa de um candidato de centro que busque um caminho alternativo à polarização entre Bolsonaro e o petismo.

Para ele, a construção desta candidatura passará pelo diálogo entre os partidos ao longo dos próximos anos. “Acho que agora, no início de 2025, os políticos vão conversar cada vez mais para encontrar um nome que seja o da pacificação”, considera. “Será uma terceira via para valer. Melhor, não é nem a terceira via porque, se os partidos se juntarem, vai ser ‘a’ via.”

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Tarcísio De Freitas Recebe A Outorga Da Medalha Do Mérito Legislativo | Foto: Marina Ramos/Câmara Dos Deputados

Ibaneis acredita que o nome ideal para encabeçar esta frente é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar das negativas do político paulista em disputar o Palácio do Planalto.

“No cenário ideal, o candidato deveria ser o Tarcísio de Freitas, tanto pela capacidade de diálogo e de interlocução quanto por trazer o voto do ‘bolsonarismo’, que vai continuar sendo vital durante algum tempo”, disse.

Ele reconhece, no entanto, que Tarcísio tem negado a possibilidade e demonstrado interesse em buscar a reeleição em São Paulo. “Ele foi o principal avalista na reeleição do prefeito Ricardo Nunes”, recordou. “É prova de haver um caminho que não precisa ser tão radical.”

Ibaneis Rocha também criticou a maneira como o governo Lula conduz sua relação com o Congresso e com os governadores. “A maneira como a esquerda está fazendo política divide muito e não é o caminho para um país que já está tão dividido”, afirmou. “Eles não têm responsabilidade fiscal e são desorganizados na interlocução.”

Ele também lembrou tentativas do governo federal de alterar regras que beneficiam o Distrito Federal. “Em menos de um ano e meio, tivemos duas tentativas de acabar com o , isso não é uma coisa para a capital da República.”

Lula e Janja
Lula E Janja Na Marcha Das Margaridas, Na Esplanada Dos Ministérios – 16/08/2023 | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A relação com Lula, segundo Ibaneis, foi prejudicada depois de declarações do presidente sobre os atos na Praça dos Três Poderes. “Quando ele disse que eu era cúmplice do Bolsonaro no 8 de Janeiro, demonstrou que não quer ter nenhum tipo de relacionamento comigo. Foi uma fala infeliz.”

O governador do DF afirma que não se sente obrigado a manter relações próximas com o governo federal. “Depois de alguns episódios recentes, não entro mais no Palácio do Planalto, não preciso ficar abaixando a cabeça para eles.”

Fonte: revistaoeste

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