O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a fronteira com o Brasil nesta sexta-feira, 10. O bloqueio foi implementado pelo lado venezuelano na altura do município brasileiro de Pacaraima (RR), logo depois que o chavista tomou posse para o terceiro mandato de seis anos.
Por meio de nota, o confirmou o fechamento da fronteira. Segundo o Itamaraty, o regime de Maduro deve abrir as fronteiras com o Brasil apenas na próxima segunda-feira, 13.
“A Embaixada do Brasil informa que, em caso de emergência, cidadãos brasileiros poderão acionar os plantões consulares da Embaixada do Brasil em Caracas, por meio do telefone +58 414 3723337, e do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén (+58 424 9551570), ambos com WhatsApp”, informou o Itamaraty.
A Polícia Militar de Roraima informou que, apesar do fechamento da fronteira, o trânsito de pedestres ocorre normalmente. Houve uma redução na entrada de migrantes no Brasil, mas sem mudanças significativas. A fronteira está fechada apenas para veículos.
Fraude eleitoral na Venezuela
Em julho de 2024, a Venezuela realizou uma eleição para escolher o presidente do país. Nicolás Maduro disputou o pleito com o candidato da oposição, Edmundo González. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou que o ditador venceu o pleito.
A oposição, diversos países e organizações internacionais contestaram o resultado e cobraram a divulgação das atas oficiais pelo CNE. Contudo, o Tribunal Supremo da Venezuela colocou os documentos sob sigilo. Ambos os órgãos sofrem influência direta do regime de Maduro.
Durante a apuração, a oposição conseguiu salvar milhares de atas e divulgou os documentos, que comprovariam a vitória de González com 67% dos votos, contra 30% de Maduro. A ação gerou repercussão internacional e dez países reconheceram o González como vitorioso. São eles:
- Argentina;
- Canadá;
- Costa Rica;
- Equador;
- Estados Unidos;
- Itália;
- Panamá;
- Paraguai;
- Peru; e
- Uruguai.
O governo do Brasil, porém, evita discutir o assunto. Durante uma entrevista à RedeTV, em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o ditador não é um “problema” do Brasil, mas, sim, do país vizinho.
O presidente brasileiro afirmou que cabe à população venezuelana administrar seu governo e que o Brasil deve evitar interferir nos assuntos internos de outras nações.
Fonte: revistaoeste