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Estudo revela: Seca Histórica de 2024 no Rio Paraguai

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Ari Miranda

Única News

As mudanças climáticas ocorridas em 2024 impuseram uma situação inédita de “escassez hídrica” em cinco grandes bacias hidrográficas do país: a dos rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu, afluentes do rio Amazonas; e no rio Paraguai, um dos principais rios mantenedores do Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Em Mato Grosso, o Rio Paraguai, 9º maior rio do país, foi severamente castigado pela escassez hídrica nos rios que compoem sua bacia em meados de setembro, quando os níveis de água do rio baixaram assustadoramente, atingindo a mínima de 26 centímetros de profundidade na região de Barra do Bugres, a 181 quilômetros de Cuiabá.

Segundo os dados, obtidos pelo Sistema de Alerta Hidrológico (SAH), do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o nível registrado no rio Paraguai em setembro deste ano foi o pior em 57 anos de medições, ficando em 35 centímetros, muito abaixo do esperado para o período, que era de 61 cm. Todavia, o problema já vem se arrastando desde 2021, quando a nascente do rio, localizada em um alagado, situado no planalto dos Parecis, em Alto Paraguai (200 Km de Cuiabá) secou, preocupando moradores das cidades que dependem do afluente.

Como reflexo da primeira seca em sua nascente, dois anos depois, em julho de 2023, a cidade de Cáceres (220 km de Cuiabá), que depende do curso d’água para seu abastecimento hídrico, o turismo ecológico e transporte de grãos como soja e milho, foi afetada pelo baixo nível das águas.

Em alguns pontos do rio no território cacerense, a travessia, que antes era feita embarcada ou pela ponte Marechal Rondon (BR-070), podia ser feita até mesmo a pé, uma vez que a seca formou no rio os chamados “vaus” – áreas rasas, onde a água atingia apenas 72 centímetros de profundidade, menor profundidade do rio registrada na cidade nos últimos 59 anos.

PublicDomainImages/Pixabay

queima no pantanal

Incêndio no Pantanal em MT.

REFLEXOS NO PANTANAL

As secas seguidas no Rio Paraguai também tiveram seus reflexos no Pantanal, que ficou extremamente fragilizado e vulnerável aos incêndios florestais, quase todos eles provocados por ação humana, criminosa ou não. Além disso, a falta de chuvas contribuiu para a seca no rio e, consequentemente, os danos causados pelas chamas ao bioma.

Para se ter uma idéia, segundo o portal MapBiomas, entre os anos de 1985 e 1990, os incêndios no Pantanal aconteciam apenas em áreas em transição para pastagem. Contudo, de 2018 para cá, a situação mudou e as queimadas tornaram-se mais comuns perto do Rio Paraguai. Já entre 2019 e 2023, o fogo atingiu 5,8 milhões de hectares do bioma, incluindo locais antes permanentemente alagados.

Além disso, a falta de chuvas na bacia do Paraguai foi uma das maiores de todos os tempos. Segundo dados do SGB, a precipitação média anual foi de 702 milímetros, medida semelhante a encontrada em regiões de clima semiárido no país (menor que 800 mm).

Se levada em consideração apenas a área do Pantanal, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o volume de chuva observado no bioma foi de 670 milímetros no período – valor muito abaixo da média ideal para manutenção do bioma, que é de 950 milímetros de chuva ao ano.

Com o início do período chuvoso deste ano, a expectativa de especialistas e pessoas que dependem do rio para subsistência é de que caiam mais chuvas nas cidades ao longo da faixa do rio neste e nos próximos anos, evitando assim que tanto o afluente quanto o Pantanal não sejam mais prejudicados, assim como os setores de turismo ecológico e logística.

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Fonte: unicanews

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