Na tradição Ocidental católica, não – os romanos não tinham o algarismo zero. Em nosso calendário, o primeiro ano ano depois de Cristo vem logo depois do primeiro ano antes de Cristo, sem um ano zero no meio (lembrando que os anos a.C. sempre são contados de trás para frente).
Porém, nos calendários hindu e budista, existe um ano zero. Ele também está previsto no padrão internacional ISO 8601, uma norma técnica que padroniza a grafia de anos, meses, dias, horas etc. na programação, nas telecomunicações e em outros contextos sérios.
A ideia é evitar problemas como o lendário bug do milênio, quando houve um medo generalizado de que os computadores não entendessem a virada de 1999 para o ano 2000 (rs).
Numa nota mais séria, padrões técnicos internacionais como esse são essenciais porque cada cultura está acostumada a grafar datas em um padrão diferente (é só pensar nos EUA, que põe o mês na frente do ano, ou nos vários países asiáticos que preferem o ano na frente). Essa variedade toda, naturalmente, confundiria qualquer cérebro de silício.
Na norma ISO 8601, o ano zero corresponde ao que chamamos de ano 1 a.C.
Fonte: livro The nothing that Is: a natural history of zero, de Robert Kaplan.
Pergunta de @brunomarini, via Instagram.
Fonte: abril
