O monumento de Stonehenge começou a ser construído há cerca de 5.000 anos, com pedras que chegam aos 5 metros de altura e 50 toneladas de peso. Mas ninguém sabe direito como, por quê e por quem. A estrutura é cercada de mistério.
Alguns teóricos da conspiração têm certeza de que o arranjo das pedras é obra de alienígenas. Um novo estudo tem uma hipótese (bem) mais convincente.
Há alguns meses, uma descoberta arqueológica balançou o mundo dos especialistas que estudam Stonehenge. Um estudo publicado na Nature mostrou que a pedra do altar, bem no centro do conjunto, veio do nordeste da Escócia. Ou seja: a rocha principal do monumento, que pesa 6 toneladas, viajou 750 km.
A pedra tem 5 metros de comprimento, 1 metro de largura e 50 centímetros de espessura. Uma análise dos minerais da rocha – que a Super explicou na época que o estudo saiu – mostrou que ela veio da Bacia Orcadiana, no norte da Escócia, e não do País de Gales, como outras das pedras de Stonehenge.
Alienígena carreto, é você?
Agora, Mike Parker Pearson, um dos principais especialistas no assunto e professor do University College London, apresentou uma explicação para as distâncias percorridas pelas pedras que compõem Stonehenge: o monumento teria sido construído para unir comunidades agrícolas da ilha da Grã-Bretanha.
Manobra política
As pedras de diferentes locais – provenientes de regiões que hoje chamamos de Inglaterra, País de Gales e Escócia – diferenciam Stonehenge de qualquer monumento pré-histórico no Reino Unido ou na Irlanda.
Para Pearson, a pedra do altar, que veio de tão longe, seria o marcador simbólico de uma aliança política, ou um presente para comemorar a união das comunidades.
É verdade que a estrutura se alinha ao Sol nos solstícios de verão e inverno, mas construções anteriores na Irlanda já faziam isso, e isso não significa que o propósito principal das rochas era funcionar como um templo, um observatório astronômico ou um calendário arquitetônico.
A pedra do altar, apesar de estar no centro de Stonehenge, não chama muita atenção por estar deitada (e com outra pedra caída em cima dela).
Para Pearson, essa característica lembra outros monumentos no nordeste da Escócia onde as pedras centrais estão intencionalmente deitadas. Para ele, é bem provável que o altar de Stonehenge já fizesse parte de outra estrutura escocesa parecida antes de ir parar na Inglaterra.
De acordo com reportagem do jornal britânico The Guardian, a hipótese vai ser publicada como artigo científico na próxima edição do periódico Archaeology International. Nele, Pearson defenderá que a época em que a pedra do altar chegou para Stonehenge, perto de 2500 a.C., foi um momento de estresse cultural para a região da Grã-Bretanha, com muitos novos habitantes que chegaram do continente.
O monumento poderia ser um símbolo de união para integrar os recém-chegados, ou para se unir contra eles. Se a segunda opção é a correta, o plano não deu certo. As pessoas que chegaram do continente viraram maioria na Grã-Bretanha nos séculos seguintes, e adotaram Stonehenge como um monumento delas.
Fonte: abril