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Turismo

‘Trem The Ghan: Conectando o Norte, Sul e Outback da Austrália’ – Descubra essa aventura única!

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Quando se pensa na Austrália, é pouco comum planejar uma viagem que inclua o norte do país. Afinal, as principais cidades (Melbourne, Sydney, Canberra, Brisbane, Adelaide…) ficam quase todas na região leste e sudeste do mapa – com exceção de Perth, que também fica na parte baixa da ilha continental, só que do lado oposto. Mas, para quem quer se aventurar em uma direção diferente, e ainda atravessar os inóspitos desertos do país, um trem turístico oferece essa experiência.

É o The Ghan, uma linha de quase 3 mil quilômetros de norte a sul, conectando Adelaide a Darwin, a maior (e frequentemente esquecida) cidade setentrional da Austrália. Ao todo, incluindo as paradas para fazer passeios em pontos de interesse pelo caminho, a viagem leva pouco mais de dois dias – mas é possível estendê-la com alguns pacotes para mais tours fora do trem.

A história do The Ghan

Hoje, a linha é predominantemente turística, mas a ferrovia entre Darwin e Adelaide surgiu há quase um século para o transporte regular de passageiros – uma decisão polêmica já na época, devido à pouca procura para um serviço do tipo cruzando áreas pouco habitadas do país.

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Símbolo do The Ghan presta homenagem às expedições em camelos guiadas por afegãos no interior australiano (Journey Beyond Rail/Divulgação)

O próprio nome, aliás, tem relação com esse passado. The Ghan é uma abreviação do apelido que o trem recebeu já em seus primeiros tempos: The Afghan Express, ou Expresso Afegão. A origem do nome tem mais de uma versão, uma politicamente correta e a outra pejorativa. Na versão usada atualmente para “vender” a linha, o apelido teria surgido como uma homenagem aos afegãos que, no século 19, ajudaram os exploradores britânicos a desbravar os desertos do miolo da Austrália – montados em camelos.

Já a origem considerada mais provável tem a ver com uma crítica à suposta inutilidade do Ghan: nos primórdios, muitos achavam que o trem só seria usado pelos próprios afegãos que seguiam morando nas zonas inóspitas atingidas pela ferrovia.

Após décadas de polêmicas, o Ghan passou às mãos da iniciativa privada no final dos anos 1990. Desde então, o foco em ser uma linha regular de passageiros foi deixado de lado, com os operadores investindo em conforto e opções além do próprio trem para tornar o velho trajeto mais viável comercialmente.

O que se vê a bordo (e fora) do trem

A grande atração do Ghan é a oportunidade de explorar as paisagens remotas da Austrália com muito mais conforto do que na época da linha original. Pelo caminho, o viajante pode ver os contrastes de solo, relevo e vegetação que marcam os biomas da ilha continental, vendo como o verde do litoral dá lugar aos cenários arenosos dos desertos centrais, e novamente encontrando um ambiente mais agradável no outro ponto do destino, já que tanto Adelaide quanto Darwin ficam junto ao mar.

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Alternância das paisagens australianas, com deserto como destaque, marca as vistas a bordo (Journey Beyond Rail/Divulgação)

A viagem inclui também paradas em vários pontos de interesse do interior do país, as chamadas off-train experiences. Os destaques incluem uma escala em Alice Springs, uma cidade cheia de história no centro geográfico da Austrália, com passeios para entender a colonização do outback (pagando a mais, é possível dar uma esticada até Uluru); e uma parada na região do rio Katherine, onde é possível visitar cavernas com arte rupestre dos povos originários.

Em março e novembro, o trecho na direção sul (partindo de Darwin) também inclui uma parada no Manguri, em uma região famosa pela extração de opalas. Aqui, o chamariz é a distância completa da civilização em meio ao deserto, proporcionando vistas únicas do céu aberto sobre o outback.

Quanto custa viajar no Ghan

O valor varia conforme o pacote e o tipo de acomodação. A viagem normal entre Adelaide e Darwin inclui três dias, dois pernoites e sete refeições a bordo, com valores que partem de 2.590 dólares australianos (R$ 9,8 mil) por pessoa nas cabines mais simples – há diversos upgrades disponíveis.

Para uma opção mais barata, é possível escolher o trem que só faz o trecho entre Adelaide e Alice Springs, sem chegar a Darwin, com valores a partir de 1.790 dólares australianos (R$ 6,7 mil) por pessoa.

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Pacotes incluem refeições a bordo (Journey Beyond Rail/Divulgação)

Já quem busca um passeio mais completo pode investir no The Ghan Expedition, uma jornada mais longa com quatro dias, três pernoites e nove refeições incluídas – o Expedition circula sempre no sentido Darwin-Adelaide. Essa modalidade tem passagens a partir de 3.790 dólares australianos (R$ 14,3 mil) por pessoa.

É importante se atentar às datas: o trem só funciona de março a novembro, não incluindo viagens durante o escaldante verão australiano. No sentido Adelaide-Darwin, as viagens ocorrem de uma a duas vezes por semana, conforme o mês do ano: o trem sai aos domingos entre março e novembro, e há uma segunda opção às quartas-feiras entre abril e outubro.

Já o sentido Darwin-Adelaide tem menos opções para o Ghan regular, saindo apenas às quartas-feiras e somente em março e em novembro. No Ghan Expedition, há mais horários: as viagens saem de Darwin às quartas e sábados, em todos os meses entre abril e outubro.

Outros trens turísticos australianos

A Journey Beyond Rail, empresa que opera o The Ghan, também tem um leque de passeios de trem entre diversos destinos do país. Vale conferir ainda o Indian Pacific, que percorre todo o sul australiano de leste a oeste, entre Sydney e Perth; o Great Southern, que contempla a região mais populosa do país, com uma linha entre Birsbane e Adelaide; e The Overland, um trajeto mais curto, entre Brisbane e Melbourne, que se destaca pelo pioneirismo em conectar duas grandes capitais regionais do país – a linha opera desde 1887 e foi a primeira entre duas cidades importantes.

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Fonte: viagemeturismo

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