O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta quinta-feira, 19, que a intervenção militar russa na Síria tenha sido um fracasso. Em sua entrevista coletiva anual, ele destacou que a Rússia conseguiu evitar que o país se tornasse um “enclave terrorista”. Ele também expressou preocupação com a crescente presença militar de Israel desde a queda de Bashar al-Assad, conforme relata a Reuters.
Putin afirmou que, embora ainda não tenha se encontrado com Assad desde que o ex-presidente fugiu para Moscou no início deste mês, ele planeja uma reunião em breve. O presidente russo também mencionou que a Rússia propôs aos novos governantes sírios manter suas bases aéreas e navais no país.
Em relação à presença de Israel na Síria, Putin disse: “A Rússia condena a tomada de quaisquer territórios sírios. Isso é óbvio.” Ele comentou ainda que Israel penetrara até 25 quilômetros em território sírio, até chegar às fortificações antigas construídas pela União Soviética. “Tenho a impressão de que eles não apenas não vão sair, mas vão reforçar o território ali”, completou.
No sábado 14, o chefe de Estado-Maior das , Herzi Halevi, admitiu que Israel tinha avançado dentro do território sírio. “Havia um país aqui que era um Estado inimigo, seu exército entrou em colapso, e há uma ameaça de que elementos terroristas possam chegar até aqui”, ressaltou o líder militar israelense.
“Avançamos para que esses elementos terroristas não se estabeleçam – terroristas extremistas não se estabelecerão bem ao lado da fronteira. Não estamos intervindo no que está acontecendo na Síria. Não temos a intenção de administrar a Síria.”
Interesses da Turquia, na visão de Putin
Putin também comentou sobre a atuação da Turquia na Síria, Ele observou que todos compreendem os interesses de segurança da Turquia em relação aos combatentes curdos, que Ancara considera terroristas.
“Mas estamos do lado do direito internacional e da soberania de todos os países, respeitando sua integridade territorial, ou seja, a Síria”, afirmou.
Sobre a permanência das bases russas na Síria, Putin disse que a maioria das pessoas com quem a Rússia manteve contato apoia a continuidade da presença militar russa, embora as negociações ainda estejam em andamento.
O presidente russo também mencionou que a Rússia propôs usar sua base aérea de Hmeimim para entregar ajuda humanitária, além de ter evacuado 4 mil combatentes iranianos da Síria por essa rota.
Por fim, ele respondeu a uma pergunta sobre o repórter americano Austin Tice, desaparecido na Síria. Putin afirmou que perguntaria a Assad sobre o destino de Tice e também planejava abordar a questão com os novos governantes sírios.
Fonte: revistaoeste
