CENÁRIO POLÍTICO

Ministro de Lula critica Braga Netto chamando-o de ‘laranja podre’

2025 word2
Grupo do Whatsapp CuiabĂĄ

O ministro do Desenvolvimento Agrårio, Paulo Teixeira, celebrou a prisão do general da reserva Walter Braga Netto. Em entrevista ao jornal O Globo, divulgada neste såbado, 14, o petista disse que a detenção do militar representa um marco histórico para o país.

“Essa prisĂŁo mostra o vigor da nossa democracia”, disse Paulo Teixeira, ao citar Braga Netto. “Pode representar uma passagem muito importante no respeito Ă s instituiçÔes democrĂĄticas.”

A prisĂŁo do general, segundo o ministro do governo Lula, tambĂ©m representa um reconhecimento aos militares que se mantiveram fiĂ©is aos “valores democrĂĄticos” em um perĂ­odo de tensĂ”es polĂ­ticas. “Braga Netto queria levar todo mundo para o golpe”, acusou.

De acordo com Paulo Teixeira, Braga Netto tentou usar sua posição e influĂȘncia dentro das Forças Armadas para angariar apoio militar a um suposto plano golpista. O ministro nĂŁo poupou crĂ­ticas ao ex-ministro da Defesa e braço-direito do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Ele era uma laranja podre nas Forças Armadas”, disse Paulo Teixeira. “Assim como o Bolsonaro.”

A relação conturbada entre Paulo Teixeira e Braga Netto não é recente. Em 2021, quando o general ocupava o cargo de ministro da Defesa, houve um embate direto entre os dois no Congresso Nacional. Na ocasião, Braga Netto teria enviado recados de que só haveria eleiçÔes se o voto impresso fosse aprovado, uma pauta defendida pelo governo Bolsonaro.

Em resposta, Teixeira fez uma dura advertĂȘncia pĂșblica durante uma sessĂŁo. “Quem decide sobre voto impresso nĂŁo Ă© Vossa ExcelĂȘncia, Ă© o Congresso Nacional”, disse Ă  Ă©poca. “A Vossa ExcelĂȘncia, cabe obedecer. E caso nĂŁo obedeça, serĂĄ preso.”

Apesar das controvĂ©rsias, Paulo Teixeira enxerga na ação um momento decisivo para o Brasil. “É um recado claro de que ninguĂ©m estĂĄ acima das leis ou das instituiçÔes democrĂĄticas”, concluiu.

A prendeu Braga Netto na manhĂŁ de ontem. Ele foi indiciado no inquĂ©rito que investiga uma suposta trama golpista. Durante a operação, agentes realizaram buscas em sua residĂȘncia.

A prisão ocorreu em Copacabana, na zona sul do . Depois de ser detido, Braga Netto foi encaminhado ao Comando Militar do Leste, onde ficarå sob custódia do Exército.

Em sua defesa, o general nega as acusaçÔes. Ele declarou que nunca se tratou de golpe, “muito menos de plano de assassinar alguĂ©m”.

Segundo o relatório da Polícia Federal, Braga Netto tentou obter informaçÔes sobre o acordo de colaboração do tenente-coronel , ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. De acordo com a PF, essa tentativa ocorreu por meio dos pais de Cid.

O relatĂłrio final da investigação, que indiciou Bolsonaro, Braga Netto e outras 35 pessoas, afirma o seguinte: “Outros elementos de prova demonstram que Braga Netto buscou, por meio dos genitores de Mauro Cid, informaçÔes sobre o acordo de colaboração”.

Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisĂŁo do ex-ministro Braga Netto
Alexandre De Moraes, Do Supremo Tribunal Federal (Stf), Determinou A Prisão Do Ex-Ministro Braga Netto | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em mensagens trocadas, o general Mario Fernandes, tambĂ©m indiciado no caso, relata que os pais de Mauro Cid teriam entrado em contato com Braga Netto e com o ex-ministro Augusto Heleno para negar o conteĂșdo da delação.

“Sobre a suposta delação premiada do Cid: a mĂŁe e o pai dele ligaram para o Braga Netto e para o Augusto Heleno, informando que Ă© tudo mentira!”, escreveu Fernandes ao coronel reformado Jorge Luiz Kormann, em 12 de setembro. A mensagem foi enviada trĂȘs dias depois de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologar a delação de Mauro Cid.

Durante uma operação de busca e apreensĂŁo na sede do Partido Liberal (PL), a PF encontrou um documento que seria um roteiro de “perguntas e respostas” relacionado Ă  delação de Mauro Cid. O material estava na mesa do coronel FlĂĄvio Peregrino, assessor de Braga Netto Ă  Ă©poca.

O relatĂłrio da PF mostra haveria um esforço do grupo para acessar informaçÔes do acordo de colaboração. “O conteĂșdo indica se tratar de respostas dadas por Mauro Cid a questionamentos feitos por alguĂ©m possivelmente relacionado ao general Braga Netto, evidenciando a preocupação do grupo com temas ligados Ă  tentativa de golpe de Estado”, alega a corporação.

Em um dos questionamentos, interpelaram Cid sobre “o que foi delatado” em relação Ă s reuniĂ”es. A resposta, supostamente de Cid, dizia: “Nada, porque nĂŁo entrava nas reuniĂ”es”.

A Polícia Federal acredita que Mauro Cid foi diretamente consultado sobre os detalhes de sua colaboração com a PF. “O contexto do documento revela que perguntas relacionadas ao acordo de colaboração foram respondidas pelo próprio Mauro Cid

Fonte: revistaoeste

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidåria que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.