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Ditadores em Exílio: Conheça as Histórias Além de Assad

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O ditador da Síria, Bashar Assad, agora se junta a outros reconhecidos ditadores árabes tirados do poder desde os levantes da Primavera Árabe, em 2011. Líderes de países como Egito, Líbia, Tunísia e Iêmen foram depostos, presos, mortos ou exilados, enquanto Assad conseguiu permanecer no controle até a última semana.

No domingo 8, Assad fugiu da Síria e buscou refúgio na Rússia. O presidente lhe concedeu asilo, adicionando-o à lista de líderes autoritários que encontraram abrigo ao redor do mundo, inclusive nos Estados Unidos.

Alguns desses líderes exilados viveram em grande conforto, como foi o caso de Ferdinand Marcos, ex-presidente das Filipinas, que, depois de sua queda, em 1986, passou seus últimos anos em uma mansão luxuosa no Havaí.

Por outro lado, muitos enfrentaram condições restritas e processos criminais.

Confira a seguir como alguns ditadores passaram suas vidas no exílio.

Zine el-Abidine Ben Ali, ditador da Tunísia

Ben Ali fugiu para a Arábia Saudita com sua família em janeiro de 2011, apenas um mês depois do início dos protestos da Primavera Árabe. A fuga foi apressada e desorganizada: membros da sua família carregaram malas cheias de dinheiro e barras de ouro e partiram para a França, a Itália e países do Golfo em jatos particulares e iates.

Condenado à revelia a 35 anos de prisão por crimes econômicos, Ben Ali admitiu em 2016 que seu regime havia cometido “erros e abusos”. A Tunísia confiscou e vendeu diversos bens de sua propriedade, como imóveis, empresas, carros e até um iate.

No entanto, os valores arrecadados não cobriram os bilhões de dólares supostamente desviados para contas bancárias internacionais. Ben Ali morreu em Jeddah, na Arábia Saudita, em setembro de 2019.

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Idi Amin, de Uganda

Idi Amin, conhecido como o “presidente vitalício” de Uganda, buscou refúgio no Oriente Médio depois de ser deposto, em 1979. Primeiro, ele foi para a Líbia, levando consigo quatro esposas, várias amantes e cerca de 20 filhos. Foi acolhido por Muamar Kadafi, que também enfrentou uma queda violenta, em 2011.

Mais tarde, Amin se estabeleceu na Arábia Saudita, onde viveu de forma simples até sua morte, em 2003. Ele permaneceu ressentido com a rejeição de seu país e nunca demonstrou remorso pelas mais de 200 mil pessoas mortas ou torturadas durante seu governo.

Hissène Habré, ditador do Chade

Hissène Habré, ex-ditador do Chade, viveu por décadas no Senegal, onde desfrutava de uma vida relativamente confortável. Ele se casou novamente, manteve duas casas para suas famílias e tinha uma rotina que incluía assistir à série Seinfeld.

No entanto, seu histórico incluía tortura e a morte de 40 mil pessoas, além de acusações de estupro e escravidão sexual. Em 2016, ele foi condenado à prisão perpétua por crimes contra a humanidade. Habré morreu em 2021 devido à covid-19.

Jean-Claude Duvalier, do Haiti

O ditador haitiano Jean-Claude Duvalier fugiu para a França em 1986, depois de 15 anos de regime marcados por abusos e massacres. Ele levou malas de luxo e milhões de dólares depositados em contas suíças. Planejava permanecer brevemente na França, mas acabou se fixando em Paris e na Riviera Francesa.

Depois de seu divórcio, nos anos 1990, sua situação financeira piorou. Relatos revelam que ele passou a viver em um pequeno apartamento de dois quartos. Ele retornou ao Haiti em 2011, onde foi acusado de corrupção, mas continuou vivendo em condições confortáveis até sua morte em 2014.

Syngman Rhee, da Coreia do Sul

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Syngman Rhee, o primeiro ditador da Coreia do Sul, governou de 1948 a 1960. Sua administração foi marcada por repressões sangrentas, como o massacre na Ilha de Jeju, que resultou na morte de mais de 30 mil pessoas.

Depois de protestos que derrubaram seu governo, Rhee buscou refúgio no Havaí, onde viveu modestamente em um chalé simples. Ele morreu em 1965, ainda desejando retornar ao seu país.

Ferdinand Marcos, ditador das Filipinas

Ferdinand Marcos foi persuadido pelos Estados Unidos a abandonar as Filipinas em 1986, depois de uma eleição fraudulenta e protestos em massa.

Ele se mudou para o Havaí, onde viveu com sua esposa, Imelda, em grande luxo, incluindo festas extravagantes.

Documentos judiciais revelam que Marcos possuía uma limusine blindada e outras riquezas. Ele morreu no exílio em 1989, e seu filho, Ferdinand Marcos Jr., tornou-se presidente das Filipinas em 2022.

Sheikh Hasina, de Bangladesh

A primeira-ministra Sheikh Hasina deixou Bangladesh depois de violentos protestos contra seu governo. Ela buscou refúgio na Índia, onde vive desde então em uma casa segura. Sua estadia no país tem gerado tensões diplomáticas, à medida que a Índia tenta equilibrar sua influência na região diante da crescente presença da China.

Fonte: revistaoeste

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