A tecnologia gêmeo digital deverá ter impacto positivo significativo até 2025 na prevenção de tragédias climáticas e na otimização da economia. Essa inovação permite a reprodução virtual de objetos e processos, ajudando na previsão de crises e na melhoria da infraestrutura urbana. A análise é do especialista Paulo Eigi Miyagi, membro sênior do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.
Segundo expectativa do IEEE, o mercado de gêmeo digital crescerá dez vezes até 2030, evidenciando sua importância estratégica. Miyagi compartilha medidas práticas para que organizações se preparem para essa revolução tecnológica, como investir em profissionais qualificados nas áreas de STEM e desenvolver uma integração eficaz da IA nos fluxos de trabalho.
Para o especialista do IEEE, a tecnologia que permite reproduzir virtualmente objetos e processos do mundo real terá grande impacto positivo já no ano que vem, especialmente na prevenção de tragédias climáticas. Essa é uma das principais tendências em inovação já no próximo ano.
O que é gêmeo digital?
O aprimoramento da tecnologia gêmeo digital — que permite reproduzir virtualmente e com exatidão um objeto físico e processos do mundo real —, com a melhor aplicabilidade da realidade estendida e da Inteligência Artificial (IA), terá imenso impacto positivo na Economia já em 2025. É o que afirma Paulo Eigi Miyagi, membro sênior do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
A tecnologia gêmeo digital se tornará ainda mais relevante em curto e médio prazo, enfatiza Miaygi, especialmente em um mundo em constante transformação e lidando com os efeitos cada vez mais danosos das mudanças climáticas. Para o membro do IEEE, o aprimoramento dessa inovação terá um papel crucial na prevenção e na resolução de problemas que afetam negativamente a Economia e, consequentemente, a qualidade de vida da população do planeta. Com o aperfeiçoamento dos modelos virtuais em 2025, engenheiros e outros cientistas poderão prever situações que comprometem múltiplos processos de produção industrial, monitorar e otimizar com uma maior eficiência e segurança a infraestrutura e serviços nas cidades e reduzir os efeitos de tragédias climáticas.
“O conceito de gêmeo digital é fundamental para o desenvolvimento de qualquer solução em benefício da sociedade. Com o melhor emprego da realidade estendida (virtual, aumentada e mista) e da Inteligência Artificial (preditiva e generativa, aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural) será possível criar diversos cenários e projetar novos recursos para solucionar problemas complexos”, ressalta Miyagi.
Mercado crescerá dez vezes até 2030
Mais do que simular situações do mundo real, a tecnologia gêmeo digital viabiliza otimizar métodos, criar padrões, reforçar a segurança e reduzir custos. Tanto que se estima que esse mercado crescerá dez vezes até 2030, segundo a Forbes. “Um claro exemplo de associação de gêmeo digital, realidade estendida e IA é a identificação de vulnerabilidades de segurança cibernética em tempo real e a prevenção de ataques nesse campo. Esse quadro é uma das maiores preocupações na atualidade de gestores de empresas e governantes. Vale lembrar que em julho deste ano um apagão cibernético global afetou imensamente as empresas e serviços em vários países”, comenta diz Miyagi.
O especialista sugere medidas para as organizações aplicarem melhor a tecnologia gêmeo digital, realidade estendida e IA em 2025:
- As empresas e instituições devem investir, desde já, na busca de profissionais qualificados, com profundo conhecimento das áreas de estudo STEM (sigla em inglês para cursos de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
- Devem ter especialistas com a capacidade de fazer uma abordagem sistêmica.
- Criar processos que não dependam exclusivamente da IA, tecnologia que ainda tem imprecisões e limitações.
- Devem desenvolver formas de integrar a IA generativa (direcionada à produção de conteúdos) em fluxos de trabalho. É preciso ter um conhecimento amplo sobre a aplicabilidade desse ramo da IA.
- Estar preparadas para implementar a computação quântica (usa as propriedades da mecânica quântica). Para ter uma ideia, nos próximos três anos, computadores quânticos serão usados em 5% das empresas globalmente.
- Devem sempre reavaliar o custo-benefício das tecnologias de IA. Esta é uma inovação que requer grande consumo de energia, principalmente eletricidade e um recurso natural precioso: água para resfriar datacenters.
- Precisam avaliar cada cenário. Por exemplo, saber que veículos elétricos representam uma opção importante, mas não são uma saída global. Há países onde o etanol e/ou uma solução híbrida, incluindo hidrogênio, podem ser a alternativa mais acertada.
Miyagi conclui enfatizando que as novas tecnologias são influenciadas pela cultura da sociedade local. E as empresas e seus engenheiros devem continuamente considerar esse aspecto.
Fonte: gazzconecta