As forças rebeldes do movimento jihadista Organização para a Libertação do Levante (HTS) avançaram ainda mais ao sul da Síria neste sábado, 7. A guerra-relâmpago do grupo paramilitar visa a controlar a capital do país, Damasco. O HTS se opõe ao regime do ditador Bashar al-Assad, que governa o país há 24 anos.
Enquanto a imprensa internacional noticia um recuo das tropas sírias da capital, o Ministério da Defesa de Assad nega que o exército tenha abandonado suas posições em Damasco. De acordo com a agência de notícias France-Presse, 2 mil soldados sírios feridos foram acolhidos pelo Iraque, onde foram hospitalizados.
Os Estados Unidos, que têm bases militares na Síria, aconselharam seus cidadãos a deixarem o país. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos não deveriam “se envolver” na situação na Síria. “A Síria é um desastre, mas não é nossa amiga, e OS ESTADOS UNIDOS NÃO DEVEM TER NADA A VER COM ISSO”, exclamou, em letras maiúsculas.
Os ministros das Relações Exteriores Sergey Lavrov, da Rússia, Hakan Fidan, da Turquia, e Abbas Araghchi, do Irã, concordaram em começar “um diálogo político entre o governo sírio e os grupos de oposição legítimos”. Os três países estão envolvidos desde 2017 em negociações que buscam uma solução pacífica para a Síria.
Lavrov afirmou que a Síria não deve cair nas mãos de rebeldes “terroristas” que lutam contra as forças do presidente , aliado de Moscou. “É inadmissível permitir que o grupo terrorista tome controle das terras, violando os acordos existentes.”
O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, disse que o mundo ficou “surpreso” com a velocidade do avanço rebelde e pediu “um quadro político” para evitar que a violência saia de controle.
A guerra civil na Síria
O conflito na Síria começou em 2011, , quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu violentamente protestos pró-democracia. Posteriormente, o país mergulhou em uma guerra em larga escala com a formação do Exército Sírio Livre, criado para combater as tropas governamentais.
Ao mesmo tempo, o Estado Islâmico consolidou sua presença, e chegou a controlar 70% do território sírio em seu auge. A guerra se intensificou com o envolvimento da Arábia Saudita, Irã, Rússia e Estados Unidos, que transformaram o conflito em uma “guerra por procuração”.
A Rússia apoiou o regime de Assad contra os rebeldes e o Estado Islâmico, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão para conter o grupo terrorista. Mais de 300 mil civis morreram e milhões foram deslocados durante mais de uma década de conflito, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte: revistaoeste