O dólar estabilizou em R$ 6 depois de o governo federal anunciar, na quarta-feira 27, um pacote de medidas que almejam o contingenciamento de despesas públicas. As estratégias não atingiram as expectativas de responsabilidade fiscal prevista pelo mercado, o que fez a moeda norte-americana disparar.
De acordo com o ministro da Fazenda, , os cortes devem gerar uma economia de R$ 327 bilhões para os cofres públicos até 2030.
Durante análise na edição desta quarta-feira, 4, do , o colunista e comentarista afirmou que o dólar varia dentro de uma estabilidade, que é acima de R$ 6.
“Não há fato nenhum que leve o mercado acreditar que isso [pacote fiscal] vai avançar”, afirmou Piotto. “Arthur Lira, presidente da Câmara, disse que o governo não tem voto nem para aprovar urgência. Tinha que passar pela CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Na CCJ não houve acordo, e o governo retirou a proposta.”
O analista afirmou que, em algum momento, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai precisar tratar da reforma administrativa. Além disso, será necessário estruturar uma reforma previdenciária para gerar um contingenciamento de gastos robusto.
“Isto sim daria uma ideia de longo prazo, de mudança estrutural nessa lógica de gasto do PT”, afirmou Piotto. “Ou seja, você reforma a administração pública, reduz o tamanho dela, gera uma nova reforma da Previdência, que também é um gasto que está aumentando. Hoje o governo não quer nem ouvir falar desses assuntos.”
De acordo com o comentarista, o governo sequer propôs o debate no Congresso Nacional. Além disso, afirmou que o mercado paga a conta quando compra título do tesouro, ou seja, a dívida pública. “O mercado está financiando o governo.”
Dólar alto e aumento de juros: as consequências de um pacote fiscal ineficiente
Adalberto Piotto afirmou que o pacote fiscal apresentado pela administração pública gerou uma série de problemas para o cenário econômico brasileiro.
“O pacote fiscal gerou um dólar alto, isso obviamente vai mexer na inflação e então mais juros serão necessários”, explicou o analista. “Aumento dos juros diminui os créditos e resulta em um baixo crescimento. A economia brasileira não avança.”
O vai se reunir nos dias 10 e 11 de dezembro. Para Piotto, a taxa Selic deve sair de 11,25% e subir 0,5% na última reunião do ano.
Gabriel de Souza é estagiário da Revista . Sob supervisão de Anderson Scardoelli
Fonte: revistaoeste