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Ser introspectivo na infância: Quando a quietude preocupa? Descubra aqui!

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Enquanto os colegas se reuniam para brincar no parquinho e se divertir no recreio, o pequeno Otávio Henrique, de 6 anos, sentava-se sozinho e dificilmente interagia com outras crianças. Além disso, bastava sua família ir a algum lugar com grande aglomeração de pessoas para que o menino pedisse colo. “Ele sempre estava quieto e, quando falava com alguém, era em tom muito baixo, quase sussurrando”, conta a mãe Israeley Manassés. A situação preocupava alguns membros da família e era comum falarem que a personalidade introspectiva afetaria negativamente o garoto em suas relações sociais no futuro. Mas será que isso é verdade?

De acordo com a psicóloga e analista de comportamento Luana Cavicion Gomes, o fato de alguém ser mais reservado e reflexivo que outras pessoas não significa que seja incapaz de manter um bom diálogo ou fazer amizades. “O que ocorre é que eles evitam grandes grupos e preferem uma conversa mais intensa, lenta e que possibilite mais conhecimento do outro”, explica a especialista, que aponta vários benefícios nesse traço de personalidade: “eles têm maior capacidade para escutar, refletir e observar o que ocorre ao redor”.

Arquivo pessoal/Israeley Manassés Arquivo pessoal/Israeley Manassés

Além disso, pessoas introvertidas se sentem à vontade com o silêncio e gostam de realizar atividades solitárias como ler, fazer uma caminhada para pensar nas situações do dia a dia ou assistir filmes sem companhia. “E isso não significa que sejam antissociais, porque eles também conseguem manter amizades profundas”, aponta Luana.

O problema, no entanto, é quando a introversão se une a uma timidez excessiva, que compromete interações pessoais e dificulta a realização acadêmica e profissional do indivíduo. “A pessoa apresenta um medo tão grande de ser julgada e pensa tanto no que os outros vão achar dela que acaba se sentindo incomodada e angustiada”, aponta a psicóloga. “E isso, sim, pode gerar elevado nível de estresse e trazer outros problemas emocionais”.

Por isso, ao perceber que um filho é muito tímido, os pais devem reforçar as relações sociais dessa criança, assim como a enfermeira curitibana Israeley decidiu fazer. “Colocamos o Otávio para estudar musicalização, teclado e também o matriculamos nas aulas de skate com outros colegas”, conta. No início, o garoto pedia para ficar em casa, chorava bastante na turma e tinha muita dificuldade para conversar com os instrutores e colegas. “Mas isso foi melhorando e hoje ele adora desafios, brinca em grupo, gosta de estar com os amigos e está mais sorridente”.

Para a analista de comportamento Luana Cavicion Gomes, a interação social em aulas como essas e até mesmo durante um passeio no parque para se divertir com amigos é fundamental para ajudar os pequenos a desenvolver habilidades sociais e aumentar sua inteligência emocional.

“E são as melhores maneiras de lidar com a timidez, porque seu filho será incentivado a enfrentar o medo que tem do que os colegas vão pensar dele”, garante a especialista, que também orienta o uso de frases positivas para estimular a criança e lembrá-la de seu potencial. “Caso perceba que nada disso está trazendo resultado e que as interações geram dor e sofrimento à criança, aí pode procurar a ajuda profissional de um psicólogo para avaliar o caso”, aconselha.

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Fonte: semprefamilia.com.br

Sobre o autor

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo