No universo das dietas milagrosas, não faltam exemplos de métodos extremos e perigosos que prometem resultados rápidos. Entre os casos mais alarmantes estão práticas como ingerir ovos de tênia para perder peso ou comer dezenas de ovos por dia.
Mas por que essas dietas continuam atraindo tantas pessoas, e quais são os riscos que elas representam?
De acordo com a nutricionista Fabiane Neiva, as chamadas “dietas malucas” costumam ser insustentáveis e prejudiciais.
“São alimentações muito monótonas, nas quais você come a mesma coisa todos os dias até se tornar inviável. Além disso, a alimentação tem a ver com socialização, e essas dietas acabam excluindo as pessoas de momentos importantes, como reuniões em família ou encontros sociais”, explica.
Dieta do ovo de tênia
Um método extremamente perigoso tem viralizado nas redes sociais e gerado alertas de profissionais.
Há relatos de mulheres que compraram ovos de tênia em cápsulas e os ingeriram para perder peso rapidamente.
A prática é baseada no fato de que a tênia, um parasita, consome parte do que o hospedeiro ingere. Contudo, o risco de infecções graves supera qualquer possível benefício.
As tênias, dependendo da espécie, causam sérios danos ao corpo humano. A Taenia saginata, por exemplo, instala-se no intestino, aderindo às paredes do estômago e do duodeno, podendo provocar anemia, perda de peso e de apetite.
Já a Taenia solium pode invadir a corrente sanguínea e alcançar órgãos como cérebro, pulmões e fígado, especialmente em pessoas com baixa imunidade, resultando em condições graves ou fatais.
Dieta do ovo
Outro modismo perigoso é a dieta do ovo, na qual a pessoa consome apenas ovos, frequentemente em grandes quantidades.
Recentemente, a influenciadora Virgínia Fonseca compartilhou nas redes sociais que está seguindo essa dieta para perder peso.
Nutricionistas alertam que, embora possa haver perda de peso inicial, esse tipo de alimentação restritiva eleva os riscos de deficiências nutricionais, efeito sanfona e transtornos alimentares.
Dieta carnívora
A dieta carnívora, que elimina totalmente os alimentos de origem vegetal, baseia-se no consumo exclusivo de proteínas e gorduras animais.
Adeptos afirmam que ela promove perda de peso rápida e melhora a saúde em geral.
Contudo, especialistas destacam que os efeitos positivos costumam ser passageiros, enquanto os riscos, duradouros.
“A ausência de fibras, essenciais para o funcionamento do intestino, e a falta de variedade alimentar comprometem a saúde a longo prazo”, alerta Fabiane Neiva.
Os riscos das dietas extremas
Dietas extremamente restritivas geralmente não oferecem a variabilidade necessária de nutrientes, como vitaminas, minerais e fibras. Além disso, podem gerar frustração e transtornos alimentares.
“Essas práticas trazem sofrimento e, dependendo da relação do indivíduo com a comida, podem até desencadear distúrbios alimentares graves”, ressalta a especialista.
A influência das redes sociais
As redes sociais desempenham um papel crucial na disseminação dessas tendências perigosas.
Promessas de resultados rápidos, apresentadas em vídeos curtos, atraem um público amplo em busca de soluções fáceis para problemas complexos, como o emagrecimento. Contudo, os resultados são frequentemente insustentáveis.
“Para uma vida alimentar saudável, precisamos de constância, e não de velocidade. As promessas de resultados rápidos explicam por que os efeitos dessas dietas são tão passageiros”, afirma Neiva.
O papel do nutricionista
Buscar o acompanhamento de um nutricionista é a melhor alternativa para adotar uma dieta saudável.
“O profissional avalia a pessoa como um todo, levando em conta sua rotina e preferências alimentares. Isso é essencial para criar uma alimentação prazerosa e sustentável”, destaca Fabiane.
A nutricionista também ressalta a importância de ser crítico diante de “soluções mágicas”.
“Dietas padrão não funcionam porque cada pessoa é única. Propostas simplistas ignoram a complexidade do corpo humano e da alimentação”, conclui.
Alerta à saúde
Modismos alimentares podem parecer atraentes, mas os riscos à saúde física e mental superam os benefícios temporários.
Antes de adotar práticas extremas, é fundamental buscar orientação profissional e priorizar uma relação equilibrada e saudável com a comida.
Fonte: primeirapagina