Nesta terça-feira, 26, uma comissão externa da realizará uma audiência sobre o acidente com o avião da Voepass na qual ouve a Anac, a Latam e o governo. A presidência do grupo é do deputado Bruno Ganem (Podemos-SP), e a relatoria é de Fernando Padovani (União-PR).
A reunião, que começará às 15h, abordará a manutenção das aeronaves e a proteção dos direitos das vítimas e seus familiares.
O encontro também discutirá a gestão de incidentes de segurança em voos. A Latam foi convidada, em razão do acordo de “código compartilhado” com a Voepass, que permite o compartilhamento de voos.
Os deputados expressaram preocupações sobre divergências nessa relação. Confirmaram presença Tiago Souza Pereira, diretor-presidente da Anac; Luciana Jordão, defensora pública-geral do Estado de São Paulo; Eduardo Macedo, líder de Assuntos Públicos da Latam no Brasil; e Vitor Hugo do Amaral Ferreira, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O acidente com o avião da Voepass ocorreu em 9 de agosto, em Vinhedo, São Paulo. O voo 2283, que partiu de Cascavel (PR) e seguia para Guarulhos, caiu e resultou na morte de quatro tripulantes e 58 passageiros, no sexto acidente aéreo mais letal no Brasil. O Cenipa investiga o acúmulo de gelo como possível causa da tragédia.
No final de agosto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criou a comissão, com 37 deputados, para acompanhar as investigações. Em setembro, o Cenipa divulgou um relatório preliminar sobre o acidente e sugeriu que a aeronave estava habilitada para voar em condições de gelo.
O presidente da Voepass, José Luis Felício Filho, afirmou que a aeronave estava operacional e que os pilotos tinham treinamento para condições adversas.
Em novembro, a procuradora do Trabalho Luana Lima Duarte Vieira destacou que a Voepass possui um histórico de desrespeito a direitos trabalhistas. O Ministério Público do Trabalho investiga possíveis causas indiretas do acidente, como o esgotamento da tripulação. Antes do acidente, a companhia enfrentava dívidas trabalhistas superiores a R$ 2 milhões.
Em junho, um piloto relatou à Anac pressões para voar fora da escala de trabalho, num movimento que pode ser entendido como desrespeito ao descanso da tripulação. Os executivos da Voepass, em suas versões, reafirmaram o cumprimento dos procedimentos de segurança.
Fonte: revistaoeste