Quem visitava a Argentina até o começo do século via ruas bem diferentes das nossas. Não somente pela paisagem e pela arquitetura, mas também dos carros que rodavam por lá nesta época. Hoje em dia, com o advento do Mercosul e diversas crises financeiras, os carros brasileiros passaram a substituir os importados e os fabricados na Argentina, que antes eram só para eles.
Mesmo com essa semelhança maior, ainda persistem algumas diferenças. O mercado mais aberto para importações facilita um pouco a entrada de carros que não teremos no Brasil, pois o volume de vendas não compensaria trazer em troca de taxas cada vez maiores para incentivar a produção local.
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A abertura às importações provocadas pelo governo de extrema-direita na Argentina, no entanto, levou a Argentina para um caminho contrário, prejudicando a produção nacional.
Dos carros fabricados no país, apenas três vão mudar, mas já sabendo que o Brasil será o principal destino: Fiat Cronos terá pequenas mudanças no visual, Chevrolet Tracker será reestilizado e ganhará motor híbrido leve e a Toyota Hilux pode ter uma nova versão híbrida.
A lista feita pelo site Motor1 Argentina também cita a possibilidade do Volkswagen Taos ser reestilizado e a criação de uma versão cabine simples da Ford Ranger, já exibida aqui no Brasil durante a fenatran.
Também tem carros que já vemos nas nossas ruas, como Citroën Basalt e C3 You!, BMW Série 5 e M2, Chevrolet Trailblazer reestilizada, Fiat Pulse e Fastback Hybrid e o novo Hyundai Creta, entre outros.
E há estreias em comum, aguardadas nos dois países, como Honda WR-V, Nissan Kicks e Volkswagen Tera. Mas vamos aos carros que só os vizinhos terão:
Alfa Romeo Junior
Depois de uma polêmica com o governo italiano que proibiu o uso do nome Milano, o SUV elétrico da Alfa Romeo, agora rebatizado de Junior, vai chegar à Argentina com sua plataforma e-CMF, a mesma do Peugeot e-2008. A marca não tem representação oficial no Brasil.
Com 4,17 metros de comprimento, 1,78 m de largura e 1,5 m de altura, o SUV tem duas versões elétricas, com opções de um motor. Desta forma, podem render 156 cv ou 240 cv. Nos dois casos, a bateria é de 54 kWh. Para a versão de menor potência, a Alfa promete 410 km de autonomia no ciclo WLTP ou 590 km no ciclo urbano.
DS 3 E-Tense BEV
A DS, que virou uma marca independente da Citroën (e vendeu o DS3 no Brasil), continua existindo na Argentina. Lá o hatch esportivo de duas portas agora é um SUV elétrico de quatro portas que chega à Argentina em 2025.
Feito também sobre a mesma plataforma do Alfa Romeo Junior, o DS3 E-Tense também se aproveita do motor elétrico de 156 cv e da bateria de 54 kWh. O visual, apesar da carroceria diferente, mantém detalhes do DS3 original, como a barbatana logo atrás da porta dianteira.
Ford Everest
Já cogitado diversas vezes para vir ao Brasil, o Ford Everest chegará à Argentina no ano que vem. O SUV é feito sobre a plataforma da Ranger e leva até sete ocupantes. Por aqui, concorreria com Chevrolet Trailblazer e Toyota SW4, mas a importação seria cara demais e sua vinda já foi descartada pela montadora diversas vezes.
Na Tailândia, onde é fabricado, o Everest já é vendido com opções de motores 2.0 turbodiesel (210 cv e 56,1 kgfm) e 3.0 turbodiesel V6 (250 cv e 61,2 kgfm). Na lista de equipamentos, há itens já disponíveis na Ranger, como câmera 360°, faróis de LED matrix, central multimídia de 12 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
MG ZS
A tradicional marca britânica MG, que agora é chinesa, já vende o SUV compacto ZS na Argentina, mas chegará em 2025 com uma versão híbrida plug-in, equipada com motor 1.5 turbo de 162 cv que funciona com outro elétrico de 122 cv.
Outra novidade da MG será o MG 4, um SUV elétrico com 150 cv de potência e alcance de 520 km com uma recarga no padrão chinês de medida. A MG já teve importação independente no Brasil, mas poucas unidades foram vendidas.
Renault Arkana
O Renault Arkana já foi visto rodando em testes no Brasil, mas só é uma mula para o novo sistema híbrido que vai equipar o SUV nacional acima do Duster. Mas na Argentina a história é diferente e o SUV cupê deverá ser vendido no país vizinho, que também já comercializa o Koleos.
Se vier como na Europa, o Arkana utilizará o motor 1.3 tce vendido no Brasil em modelos como Duster e Oroch, mas com o sistema micro-híbrido. Por lá, são duas versões deste motor. Uma tem 140 cv de potência e 26,5 kgfm de torque. A outra tem 160 cv e 27,5 kgfm.
Fonte: autoo