Pôr do sol à beira mar, em praias quase desertas de areia branca e águas cristalinas: se é essa é sua ideia de férias, a ilha baiana de Boipeba cumpre todos os “checks”.
No litoral sul do estado, Boipeba faz parte de um arquipélago que pertence ao município de Cairu, que é composto por 26 ilhas, dentre as quais se destacam Boipeba e Tinharé – que abriga a bombada Morro de São Paulo.
Em Boipeba não circulam carros, apenas jardineiras puxadas por tratores. O destino não é para quem busca agito e festas – esses viajantes podem curtir mais a estadia na vizinha Morro. Mas, sim, Boipeba há muito tempo já entrou no hype dos sudestinos, que migram em bandos para lá no fim do ano, sobretudo em Moreré.
Para aproveitar a tranquilidade e visitar as principais praias da ilha, a recomendação é reservar pelo menos cinco dias de viagem. O tempo de deslocamento até Boipeba também deve entrar nessa conta: são cerca de 5 horas de viagem entre Salvador e a ilha. Outra dica é levar dinheiro em espécie para qualquer imprevisto, já que não há agências bancárias no local.
Roteiro por Boipeba
Entre trilhas na vegetação nativa de Mata Atlântica e nos manguezais, a dica para conhecer Boipeba a fundo é desfrutar a pé e sem pressa dos caminhos na ilha. São diversas praias, que só podem ser acessadas a pé ou de barco. Há quadriciclos e tratores que servem de táxi, mas que não podem acessar a faixa de areia.
Como a maioria dos turistas fica hospedada no vilarejo de Velha Boipeba, a Praia da Boca da Barra, próxima dali, é um bom ponto para começar. É uma das praias mais movimentadas, de onde partem os passeios de barco.
No começo da praia, o mar encontra o Rio do Inferno – onde dá para andar de caiaque pelo mangue. Por isso, a água da Barra é mais escura do que das demais praias. Uma dica é curtir o pôr do sol na Boca da Barra: a pousada O Céu de Boipeba é o local recomendado para apreciar a paisagem de fim de tarde.
Ainda em Velha Boipeba, dá para conhecer a Igreja do Divino Espírito Santo, construída no século 16, e lojinhas de artesanato. Para emendar uma programação noturna, a Praça de Santo Antônio é o destino certo. Os restaurantes e bares embalam a noite com música ao vivo. Não deixe de provar os drinks de biri-biri (fruta de gosto ácido), servidos no cacau.
Ver essa foto no Instagram
Na sequência, a Praia da Cueira é considerada uma das mais bonitas de Boipeba. A areia branca e as águas cristalinas atraem tanto famílias quanto surfistas. Para chegar até lá, o caminho a pé passa pela Praia de Tassimirim. Na Cueira, o restaurante do Guido é parada obrigatória: o ponto, que já foi uma barraca, serve as lagostas mais famosas da ilha.
A 7 km de Velha Boipeba, Moreré é um hit de Boipeba. Ainda mais isolada, o atrativo são as piscinas naturais que se formam na maré baixa. Nos manguezais de Moreré, também é possível andar de caiaque e praticar stand up paddle. Já Bainema, separada de Moreré por um caminho de flores, é ainda mais isolada, quase um idílio.
Ver essa foto no Instagram
Mais distante fica a Ponta dos Castelhanos, no extremo sul da ilha: a região ganhou esse nome porque uma embarcação espanhola naufragou por ali em 1535. Inclusive, é possível mergulhar para ver os destroços do naufrágio. A praia é cercada por vegetação nativa e mais isolada – a alimentação pode ser garantida por algumas barracas que vendem pastéis.
Planeje sua estadia
As temperaturas de Boipeba são amenas durante o ano inteiro, mas para aproveitar ao máximo algumas das atrações, é necessário levar as estações em conta. As piscinas naturais de Moreré e Castelhanos só surgem na maré baixa. Entre dezembro e janeiro, dá para mergulhar com snorkel e nadar com peixes e até tartarugas.
Outra atração especial são as baleias jubarte: entre julho e novembro, as gigantes saltadoras migram para a costa baiana para o período de reprodução. Mesmo que não seja garantido encontrá-las, os passeios de barco para avistar as baleias só ocorrem durante estes meses.
O que é certo a qualquer momento do ano são os tours pelas praias: o mais famoso é o Volta À Ilha, que parte da Boca da Barra e leva os viajantes para Moreré e Ponta dos Castelhanos. O passeio custa R$ 250 por pessoa e é conduzido pela Associação de Transporte Marítimo de Boipeba.
Como chegar a Boipeba
O primeiro passo do trajeto é pegar um voo até Salvador. A opção mais rápida para chegar a Boipeba é o táxi aéreo que parte da capital baiana – mas é também a menos acessível: o valor pode passar dos R$ 900.
Em vez de ir direto, a maioria dos turistas opta por seguir até Valença, a cerca de 130 km de Salvador. Dá para fazer a volta de carro ou pegar uma balsa até Itaparica. O trajeto de balsa leva menos tempo do que pela rodovia, mas ainda assim são cerca de duas horas e meia até vencer o caminho entre a capital e Valença.
Existem alguns voos que pousam direto em Valença, mas a grade horária é mais limitada. De todo modo, uma vez na cidade, é preciso seguir – por terra – até o atracadouro na Ponta do Curral, de onde saem as lanchas para Boipeba, que levam cerca de 1h20; horários no site.
Ao todo, de ponta a ponta, o deslocamento pode levar cerca de cinco horas. Por isso, o mais recomendado é separar um dia de viagem apenas para ir de Salvador a Boipeba.
Fonte: viagemeturismo