O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que o fim da escala 6×1 no Brasil segue uma “tendência” mundial, resultado do avanço da tecnologia. A declaração foi dada na manhã desta terça-feira, 12, depois de discurso na abertura da COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Ao ser perguntado pela imprensa sobre as discussões acerca da escala 6×1 no âmbito do Executivo Federal, Alckmin falou que não houve um debate sobre o assunto.
“Olha, isso não foi ainda discutido, mas há uma tendência no mundo inteiro à medida que a tecnologia avança, em que se pode fazer mais com menos pessoas, você ter uma jornada menor”, afirmou. “Então você tem um debate que cabe à sociedade e ao Parlamento a sua discussão.”
Geraldo Alckmin está na COP29 para substituir o presidente Lula, que ainda não havia sido liberado para viagens de avião, depois de sofrer um acidente doméstico no banheiro do Palácio do Alvorada, em 19 de outubro.
Ainda em coletiva de imprensa, Alckmin também falou sobre o avanço das discussões acerca do corte de gastos no governo federal. Disse que as reuniões de que participou, na semana passada, foram “muito exitosas”.
“O presidente Lula deixou claro que cumprirá, rigorosamente, o arcabouço fiscal”, destacou. “Ou seja, déficit primário zero. É compromisso do governo a questão do arcabouço fiscal.”
Perguntado se esse compromisso poderia acarretar na limitação do aumento do salário mínimo a 2,5%, conforme previsto no arcabouço fiscal, respondeu: “Não obrigatoriamente, não”.
“Quem vai detalhar a maneira como se vai fazer essa redução de despesa é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad”, declarou. “Mas o importante é ficar claro que o Brasil terá uma política fiscal rigorosa, isso vai nos permitir uma política monetária melhor para o desenvolvimento com menor taxa de juros.”
O movimento que propõe a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pelo fim da escala de trabalho 6×1 tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, causando pressão nos parlamentares do Congresso Nacional.
O texto foi apresentado pela deputada erika hilton (Psol-SP), em 1º de maio, e precisa da assinatura de 171 deputados na Câmara, e 27 senadores no senado, para passar a tramitar na Casa Baixa.
A proposta determina o fim da escala 6×1, assim como estabelece uma jornada de quatro dias de trabalho com o máximo de 36 horas semanais, sem perda salarial.
Fonte: revistaoeste