A médica Natasha Slhessarenko (PSB), que foi retirada da disputa pelo Senado Federal, afirmou nesta terça-feira (09), em entrevista ao Tribuna, da Vila Real FM, que o Partido dos Trabalhadores (PT) tentou controlar a sua sigla, determinando como seria a chapa formada. A então candidata ainda lembrou que não foi apenas uma ligação que recebeu do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para que fosse a primeira suplente de Neri Geller (PP). Ela, inclusive, chegou a propor o inverso, o que foi recusado.
“O Alckmin me ligou não foi apenas uma vez, foram várias vezes. Mato Grosso perdeu a chance de ter a terceira mulher senadora [Serys foi a primeira e Selma Arruda a segunda, sendo esta última caçada]. Eu o questionei sobre porque não fazer o inverso. Ter o Neri como meu suplente, já que eu estava aparecendo na maioria das pesquisas à frente dele”, revelou Natasha.
Alckmin então teria dito que Neri apresentou uma pesquisa em que ele aparecia à frente, com o dobro de pontos percentuais que ela. “Eu disse que não tinha conhecimento desta, mas sim de várias outras em que eu estava na frente”.
Após as repetidas ligações de Alckmin, Natasha pontuou ainda que houve pressão do PT também para não tê-la como candidata e sim como suplente. “O PT na verdade quis fazer uma pressão para que eu não fosse candidata. Eles tentaram mandar no PSB, mas nisso o nosso presidente foi firme para bater o pé e dizer que eles não mandavam nada aqui”.
“Com frustração e tristeza no coração decidiu recuar do projeto. Não poderia me aliar à oposição tendo o PSB na base do governo estadual. Neri e o PP fazem parte da base bolsonarista e o Neri vinha defendendo a reeleição do Bolsonaro até 15 dias antes das convenções. Houve uma enorme pressão para compor com Neri, ofereceram a vice-governadoria, a primeira suplência, muita gente defendeu esse caminho. Entretanto, não aceitei essas ofertas porque não estou em busca do poder pelo poder, a qualquer preço”, finalizou.
