“A gente está tentando terminar todos os serviços para que possamos todo mundo voltar ao trabalho junto. Então eu acredito que mais uns 5 ou 6 dias termina-se de montar todos os contêineres… para começar a trabalhar”, garantiu.
A reportagem esteve in loco e acompanhou os trabalhos finais para a conclusão do espaço, que vai abrigar os 600 lojistas associados pelo shopping. A estrutura, que é coberta com uma espécie de lona, vai comportar 212 containers, sendo que cada um terá espaço para três lojas.
Conforme informações da assessoria de imprensa, a estrutura provisória tem cerca de 5 mil metros quadrados, com o custo de mais de R$ 3 milhões.
O valor acima é a soma da cobertura do espaço que custou cerca de R$1.780.652,00, mais os custos da locação anual dos contêineres que ultrapassam R$ 1,2 milhões.
Além destes gastos, outros valores ainda serão levantados, como da construção da praça de alimentação, a parte elétrica e dos climatizadores. Esses serviços ainda estão em andamento, e posteriormente as despesas serão divididas entre os associados e possivelmente contarão com emendas parlamentares.
Ainda conforme Misael, a esperança é de que o novo prédio definitivo esteja pronto em abril do ano que vem, quando o shopping completará 30 anos, e enquanto isso é necessário fazer “limão a limonada”.
“A família Popular está muito mais unida. A gente tá ressurgindo, a reconstrução está ressurgindo das cinzas mesmo, não é fácil, mas o Shopping Popular vai voltar mais forte do que era”, disse Misael.
Com o novo espaço quase pronto, os lojistas estão com a expectativa de aumentar as vendas neste final de ano. Além disso, aguardam ansiosamente pela realocação, já que estão passando por muitos perrengues, entre eles a chuva, e o espaço pequeno.
A proprietária de uma banca de garrafas e copos térmicos, Sirley do Nascimento relatou que a situação nas barracas improvisadas em que se ‘abrigam’ atualmente está bem complicada, principalmente quando chove.
“Chove, molha tudo, alaga aqui… A situação tá bem delicada, a gente coloca a mercadoria todinha, arruma tudo bonitinho na prateleira e de repente vem aquela chuva e já tem que recolher tudo. Sem contar que às vezes tem prejuízo quando cai alguma mercadoria no chão, o calor muito intenso, e o fato de todos os dias expor [o produto], tirar e levar pra casa.
A esperança de Sirley é que com a mudança para o novo espaço esses problemas acabem e ela possa focar somente nas vendas e recuperar os prejuízos causados com o incêndio.
“A gente perdeu muito, perda imensurável… Se a gente conseguir entrar neste provisório a expectativa para dezembro vai ser ótima, eu tenho certeza. Os clientes são apaixonados pelo Shopping Popular e eles vêm comprar. A gente vai atingir bons resultados, não que nem outros anos, mas vai ser muito bom”, afirmou.
No segmento de vendas de roupa infantil, a senhora Elizete Martins Fernandes, 61 anos, revelou o quanto não tem sido nada fácil após o incêndio. Ela, que é pioneira do Shopping Popular, passou a vida toda trabalhando no local, desde o início em 1995.
“Hoje a gente tá aqui tentando se reerguer na expectativa de dias melhores, porque nós estamos aqui na dificuldade devido a chuva, poeira, na rua, então tudo fica muito difícil, mas a gente crê que dias melhores virão. Nós estamos na espera para ir para o provisório enquanto antes, porque todos os dias colocamos a mercadoria no carro e levamos pra casa e no outro dia voltamos e colocamos novamente, então além do trabalho, estraga, suja, e é uma desgaste emocional muito grande pra nós também”, relatou.
Com bom humor e muito esperançoso com as vendas de fim de ano, o empresário do ramo de eletrônicos e acessórios, Celso Luis, acredita que o comércio vai se sair muito bem com as datas comemorativas e promoções,e até mesmo dobrar em comparação com 2023.
“A nossa expectativa é de que daqui um dia a gente já esteja no novo estabelecimento para atender melhor os clientes e com certeza vender mais que o ano passado… Eu creio que esse ano vai ser bem melhor… graças a Deus ainda temos mercadorias para atender nossos clientes”, garantiu.
O fogo começou na madrugada do dia 15 de julho e logo se alastrou por toda a estrutura do Shopping Popular, destruindo 600 barracas rapidamente. Grande parte da estrutura desabou e outras precisaram serem demolidas.
No mês passado, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), afirmou que o laudo pericial sobre as causas do incêndio apontaram houve um superaquecimento elétrico dentro de um dos boxes do piso inferior.
Fonte: leiagora