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Tecnologia

Por que o NES se chamava Famicom no Japão?

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Lançado em 1983 no Japão, o Nintendo Entertainment System de 8 bits (ou simplesmente NES) se tornou um sucesso avassalador não apenas em seu país mas também ao redor do mundo, mudando para sempre a história dos videogames e de sua empresa criadora, que está no mercado até hoje como uma das maiores do ramo.

O console foi a casa de inúmeras franquias e personagens de sucesso, além de abrir caminho para outros consoles e inovações na indústria, culminando no mais recente sucesso, o híbrido Nintendo Switch, que já superou a marca dos 111 milhões de consoles vendidos, o videogame mais vendido da história da Nintendo.

Mas algo que muitos fãs da Nintendo talvez não saibam é que o saudoso e mundialmente popular NES é conhecido no Japão pelo nome de Famicom. Mas por que isso aconteceu?

Confira aqui com Game On os motivos desse nome diferente.

Entrando no mercado de consoles domésticos

Fundada em 1889, a Nintendo começou a sua história como uma empresa fabricante de cartas de baralho tradicionais japonesas, se aventurando ainda por outros ramos de negócios até finalmente entrar no mercado de jogos eletrônicos em 1977, ano em que lançou o seu primeiro console doméstico, o Color TV-Game, que se tornou razoavelmente conhecido no Japão.

Vendo que o mercado de videogames caseiros era bem promissor, especialmente com os sucessos ocidentais da Magnavox e Atari, Hiroshi Yamauchi, presidente da companhia na época, decidiu apostar fundo neste ramo e colocou o engenheiro Masayuki Uemura, que já havia criado o Color TV-Game, com a responsabilidade de criar um novo sistema.

O projeto inicial era criar um console que pudesse recriar jogos de arcade de sucesso do final dos anos 70 e início dos 80, como Galaxian da Namco e Radar Scope e Donkey Kong da Nintendo.

Para isso, Uemura buscou inspiração em um outro videogame ocidental, o ColecoVision, que havia sido lançado em 1982 e que impressionava pela alta qualidade de seus jogos, com versões muito próximas das originais de arcades, diferente dos seus rivais diretos mais antiquados, o Atari 2600 e o Intellivision.

Um dos jogos mais populares desse console nasceu justamente de uma parceria da Coleco com a Nintendo, com o licenciamento de Donkey Kong (jogo de estreia de Mario, quando ainda era conhecido como Jumpman), que fazia um grande sucesso nos arcades – inclusive essa foi a primeira versão do jogo para um console doméstico.

Uemura ficou impressionado com os gráficos do ColecoVision e estabeleceu o videogame como um padrão para o seu projeto, porém tornando-o melhor e mais poderoso.

Surge o Family Computer

Inicialmente, esse projeto foi batizado de “GameCom”, mas a esposa de Uemura propôs o nome “Famicom”, uma abreviação de Family Computer, ou “computador de família”, já que no Japão já havia o termo “Pasokon”, que significa “computador pessoal”.

Após cerca de dois anos em desenvolvimento, em 15 de julho de 1983 era lançado oficialmente no Japão o Family Computer, ou simplesmente Famicom, o videogame de 8 bits que iria revolucionar o mercado, tornando-se o console mais vendido do país em 1984.

Impulsionada por seu sucesso no Japão, a Nintendo logo voltou sua atenção para os mercados estrangeiros. No entanto, nessa época o mercado ocidental passava pela “quebra dos videogames”, período em que os consumidores perderam o interesse pelos jogos de videogames, uma crise que levou várias empresas à falência, como foi o caso da Atari.

Para entrar no mercado estrangeiro, a Nintendo reformulou totalmente o design do Famicom e no início de 1985 apresentou o seu Nintendo Advanced Video System, ou simplesmente AVS, tentando buscar um design elegante e sofisticado para os padrões ocidentais nas cores cinza, preto e vermelho.

A Nintendo tentou vender a ideia para os ianques de que o aparelho não era “apenas” um videogame, mas um sistema de entretenimento multifuncional, incluindo um teclado, gravador de dados em cassete e outros periféricos sem fio.

O público não gostou. Ele não foi bem aceito pela imprensa e os varejistas americanos, que ainda estavam temerosos pela crise da Atari em 1983. A Nintendo até virou piada em revistas especializadas, que diziam coisas do tipo: “Ninguém os avisou que a indústria de videogames está morta?”.

Assim, a Nintendo teve que repensar toda a sua estratégia e mais uma vez reformular o design do videogame.

Nasce o Nintendo Entertainment System

Em junho de 1985 a Nintendo retornou com um AVS totalmente redesenhado, com um design mais simples e compacto, e tendo abandonado a abordagem do computador doméstico/sistema de entretenimento multifuncional.

A Nintendo projetou o sistema propositalmente para não se parecer com um console de videogame, inclusive escondendo a entrada para cartuchos, e evitou termos associados a consoles de videogame, com a gerente de marketing Gail Tilden escolhendo termos como “Game Pak” para cartuchos, “Control Deck” para o console e “Entertainment System” para toda a plataforma.

Essa nova versão, que lembrava mais uma caixa de sapatos, foi renomeada de Nintendo Entertainment System, ou simplesmente NES, e foi marketeada para os céticos varejistas como um “sistema de entretenimento” e não um videogame. Desta vez a aceitação foi melhor

E foi assim que em 18 de outubro de 1985 que o NES chegou oficialmente com uma intensa campanha de marketing aos Estados Unidos, levando ainda alguns meses para conquistar realmente os mais receosos e o público em geral.

Depois de pouco tempo, o “Nintendinho” virou uma febre mundial e vendeu mais de 60 milhões de unidades em todo o mundo, sendo que mais da metade, cerca de 33 milhões de unidades, foram vendidas apenas nos Estados Unidos.

O console foi o responsável por revitalizar a indústria dos videogames e despertar nas pessoas o interesse por games novamente, afinal, ele apresentava novas ideias e formatos de jogos divertidos e viciantes.

E aí, você já conhecia essa história sobre o nome do NES/Famicom? É fã de consoles antigos? Participe da discussão no canal do Game On no Discord!

Fonte: terra.com.br/gameon

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