Entrar para o conservador mundo das picapes médias não é fácil. As montadoras estreantes precisam fazer uma aposta certeira para invadir um terreno dominado por marcas que têm tradição no assunto. A Kia Tasman é uma cartada arriscada da marca sul-coreana para entrar no segmento.
O visual polêmico é o primeiro ponto que temos que falar sobre a picape. A frente traz um capô alto e arredondado com os faróis de LED camuflados nos para-lamas. A grade arqueada com o recheio dividido em barras lembra os carros antigos da Jeep.
Por falar na marca americana, vai mentir quem disse que o perfil lateral da Tasman não lembra a Gladiator, com linhas retas, cabine em estilo caixote e caçamba quadrada. Chamam a atenção as molduras das caixas de roda com uma barra preta horizontal, lembrando bigodes.
A traseira também tem fortes inspirações na Gladiator com lanternas quadradas nos cantos da carroceria emolduradas por plástico preto. O nome da Kia é estampado em baixo relevo na tampa da caçamba. Há versões de cabine simples e dupla, o que reforça o caráter trabalhador da caminhonete. A Kia mostrou também versões com caçamba com paredes dobráveis e até com um baú. É possível que seja vendida na configuração chassi-cabine.
“A equipe de design da Kia deliberadamente rejeitou a linguagem de forma familiar que dominou o gênero de picapes por décadas”, disse a marca em comunicado para provar que tudo isso foi proposital.
Por dentro, a Tasman traz saídas de ar em formato de colmeia, três telas grudadas para o painel de instrumentos e a central multimídia com 12,3 polegadas cada, com uma menor, de 5 polegadas entre elas, que mostra as informações do ar-condicionado.
O console central esconde ainda uma mesa de trabalho, dois carregadores de celulares sem fio e alguns porta-objetos. Abaixo do banco traseiro também há um pequeno bagageiro de 33 litros. O encosto do assento de trás pode reclinar entre 22 e 30 graus.
Versões e motorização
Serão três versões, sendo a base, a X-Line e a X-Pro, com aptidão fora de estrada, como a suspensão elevada em 28 mm, que totaliza 252 mm.
A Kia Tasman será oferecida primeiramente na Coreia do Sul com um motor 2.5 a gasolina de 281 cv de potência acoplado a uma transmissão automática de oito velocidades. Com 42,9 kgfm de torque, a picape pode acelerar de 0 a 100km/h em 8,5 segundos e atingir uma velocidade máxima de 185 km/h.
Já no mercado australiano, a escolha é pelo 2.2 turbodiesel de 210 cv de potência e 44,9 kgfm de torque com a transmissão de oito marchas. Neste caso, o 0 a 100 km/h é feito em 10,4 segundos, enquanto a velocidade máxima permanece inalterada. A tração é sempre 4×4.
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Vem para o Brasil?
A marca ainda diz que a Tasman será vendida ainda no Oriente Médio e na África com as duas opções mecânicas, mas não fala nada de América do Sul, forte mercado de picapes. Mas a chance da caminhonete chegar na região é grande.
Segundo apuração do site Autos Segredos, a picape será fabricada no Uruguai, na fábrica da Nordex, de onde hoje sai a Fiat Titano. Como a produção da rival será transferida para a Argentina, a unidade ficará livre para a iniciar a montagem da Kia entre o fim de 2025 e começo de 2026.
A Nordex já trabalha com a Kia, o que facilitaria o processo. É de lá que saem os caminhões Bongo, assim como o “irmão” Hyundai HR. A fábrica uruguaia também faz o trio de vans compactas Fiat Scudo, Peugeot Expert e Citroën Jumpy.
Fonte: autoo